“Temos essa solidariedade, precisamos que essas medidas de contenção sejam coerente, bem explicadas e que, naturalmente, haja os respetivos apoios para aguentar os setores da economia e os trabalhadores mais afetados”, disse Catarina Martins, à margem de uma manifestação de seguranças privados que trabalham em outsourcing para garantir serviços públicos.
Para Catarina Martins, “estamos a viver um pandemia muito complicada e, seguramente, todos os governos nos vários países estão a viver dificuldades para gerir. É muito importante que haja uma adequada comunicação de risco à população para que as pessoas percebam o risco que correm e para que se possam também participar na proteção”
“São precisas também políticas públicas, porque estamos a pedir a alguns setores da economia e a alguns trabalhadores um enorme sacrifício, porque ficam sem atividade e já vamos em nove meses sem atividade normal para setores como a restauração, o turismo, cultura, o desporto, enfim, tantos setores”, considerou.
Em seu entender, “os apoios têm sido ainda pequenos e é difícil que o que foi apresentado ontem [quinta-feira, no final do Conselho de Ministros] vá conseguir manter o emprego e manter o apoio a todas as pessoas que perderam rendimento”.
“O apelo que deixamos é que se reponham apoios, nomeadamente, apoios extraordinários a trabalhadores que perderam o rendimento. Os apoios às famílias devem ser repostos, mas também é preciso maior apoio à economia, nomeadamente, o apoio a fundo perdido para as micro e pequenas empresas poderem fazer face aos custos fixos, com a obrigatoriedade de manter os empregos, que é essencial a qualquer apoio público”, considerou.
A dirigente do BE apontou igualmente a necessidade de avançar, “em algumas matérias, nomeadamente, em relação à saúde. É muito importante que avancem como a realização de testes e a possibilidade de fazer rastreios em setores de maiores riscos ou de maior concentração de pessoas”.
Defendeu que os testes “não deveriam ser feitos apenas quando já se descobriu o surto, mas para se poder, de uma forma preventiva, ir sabendo o que está acontecer”.
Isto “é verdade nos lares, noutros equipamentos sociais e em todos os locais onde são diagnosticados maior risco e maior concentração”, disse.
“Julgamos que têm faltado esse passos e apelamos muito a que eles sejam dados”, acrescentou.
A lista de concelhos com risco elevado de transmissão da covid-19, sujeitos a medidas mais restritivas como o recolher obrigatório, vai aumentar na próxima segunda-feira para 191, anunciou hoje o Governo.
A atualização da lista, atualmente com 121 concelhos, retira sete municípios, em que estas medidas de restrição deixam de estar em vigor, a partir das 00:00 de sexta-feira, e inclui 77 novos concelhos a partir das 00:00 da próxima segunda-feira, anunciou o primeiro-ministro.
Em conferência de imprensa após o Conselho de Ministros onde o Governo aprovou o fecho dos estabelecimentos entre as 13:00 e as 08:00 nos próximos dois fins de semana nos concelhos de risco, António Costa anunciou que haverá um apoio de 20% da perda de receitas dos restaurantes nesses dias face à média dos 44 fins de semana anteriores (de janeiro a outubro 2020).
Portugal contabiliza pelo menos 3.181 mortos associados à covid-19 em 198.011 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
O país está em estado de emergência desde 09 de novembro e até 23 de novembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado e municípios vizinhos.
Durante a semana, o recolher obrigatório tem de ser respeitado entre as 23:00 e as 05:00, enquanto nos fins de semana a circulação está limitada entre as 13:00 de sábado e as 05:00 de domingo e entre as 13:00 de domingo e as 05:00 de segunda-feira.
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