O primeiro-ministro, António Costa, recebeu hoje no Palácio de São Bento todos os partidos com assento parlamentar para os ouvir sobre as medidas para combater o Covid-19, tendo as críticas à ação do Governo vindo apenas dos deputados únicos do Chega e da Iniciativa Liberal.
“Vamos agir tarde, de forma fraca e de forma a já não conseguir contrariar o grosso da disseminação da epidemia em Portugal”, condenou André Ventura, ainda antes da declaração de António Costa ao país.
Na perspetiva do deputado único do Chega, esta falta de resposta pronta e imediata tem “dois grandes responsáveis” que são “a inação do Governo” e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
“Um Presidente da República que ao invés de ajudar à acalmia ajudou a gerar um pânico ainda maior quando, de forma absolutamente inenarrável se decidiu colocar em auto quarentena naquele cenário que todos assistimos na televisão, de forma absolutamente anedótica perante a Europa e perante o mundo”, condenou.
André Ventura deixou um apelo a Marcelo Rebelo de Sousa: “Em quarentena, ou sem quarentena, ou em casa ou à varanda ou onde for, reassuma as funções para que foi mandatado pelo povo português, porque se há momento em que Portugal precisa de um chefe de Estado é neste momento”.
Pelo PEV, o deputado José Luís Ferreira considerou que, em relação ao novo coronavírus, é preciso “não potenciar o alarme social e não facilitar em absolutamente nada”, defendendo que qualquer medida que venha a ser tomada “tem que ter um suporte e uma recomendação técnica”.
“Não deve haver quaisquer entraves de natureza orçamental que possam adiar a tomada de medidas”, alertou o deputado do PEV, considerando que “nesta altura daria jeito que o setor da saúde não estivesse abrangido pela lei dos compromissos”.
O PS, partido do Governo, foi o último a ser recebido em São Bento, com uma delegação liderada por José Luís Carneiro, secretário-geral adjunto, a líder parlamentar, Ana Catarina Mendes, e a deputada Maria Antónia Almeida Santos.
José Luís Carneiro elogiou os outros partidos pelo "sentido de compromisso e sentido de responsabilidade" neste que é "um dos momentos mais graves" da vida pública no apoio às medidas para "prevenir e estancar" a epidemia de Covid-19.
Para o dirigente socialista, as medidas anunciadas são "adequadas e proporcionais" ao que se passa no país.
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