Na sexta-feira, o chanceler federal austríaco, o conservador Sebastian Kurz, acusou alguns Estados-membros da UE de terem negociado nos bastidores "contratos" com laboratórios, criticando a distribuição desigual de vacinas contra a covid-19 entre os países da região.

Um alto responsável da UE, que confirmou a receção da carta dos cinco países, salientou que uma cimeira dos 27 líderes da UE estava prevista para 25 e 26 de março e que a "coordenação da luta contra a pandemia era o primeiro ponto da agenda".

Trata-se de uma reunião que o presidente do Conselho, Charles Michel, gostaria de organizar presencialmente, acrescentou a mesma fonte.

O chanceler Kurz e os seus quatro homólogos enviaram a carta a Charles Michel como também à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Na missiva, os cinco países afirmam que "as entregas das doses de vacinas pelos laboratórios farmacêuticos aos vários Estados-membros da UE não são efetuadas de forma justa".

Se este sistema perdurar, "continuar a criar e a exacerbar enormes disparidades entre os Estados-membros até ao verão, de modo que alguns deles seriam capazes de alcançar imunidade de grupo em algumas semanas, enquanto outros" ficariam para trás, é referido na carta enviada.

Face a isto, é pedida “a organização de uma reunião sobre esta questão importante entre os dirigentes o mais rápido possível", referem os cinco países europeus.

Kurz tinha especificado, na sexta-feira, que, quando falou com vários dos seus homólogos europeus, detetaram que vários países, como Malta, Dinamarca ou Países Baixos, recebem muito mais doses do que outros, como a Bulgária ou a Croácia.

"Se isto continuar assim, Malta terá, nos próximos meses, três vezes mais vacinas do que a Bulgária (em relação à sua população), enquanto os Países Baixos terão o dobro da Croácia2, disse Kurz, numa conferência de imprensa.

De acordo com a atual taxa de entrega de vacinas, disse Kurz, há países - como Malta ou Dinamarca - que poderão vacinar toda a sua população já em maio, enquanto outros, como a Bulgária e a Letónia, não o conseguirão fazer antes do final do verão.

A Áustria está a receber o número de vacinas acordadas entre os líderes europeus em junho, garantiu o chanceler.

Apesar da gravidade das acusações, o chanceler destacou que não se trata de uma crítica à UE, mas de um alerta para que o que foi acordado em junho pelos líderes europeus seja cumprido.

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