"O governo está a tomar medidas de emergência para apoiar e sustentar os serviços ferroviários necessários, pois as operadoras enfrentam quedas significativas no seu rendimento. O Ministério dos Transporte vai suspender temporariamente os acordos normais de concessão e transferir todos os riscos de receitas e custos para o Governo por um período limitado, inicialmente seis meses”, indicou.

Desde 1994 que os serviços de transporte ferroviário no Reino Unido são feitos por operadores privados, que concorrem a concessões regionais ou de certas linhas, enquanto a infraestrutura é gerida pela empresa pública Network Rail.

De acordo com o governo, as operadoras vão continuar a garantir os serviços, mas por uma taxa predeterminada pelo governo, garantindo o funcionamento dos transportes para trabalhadores considerados essenciais, como profissionais de saúde ou das forças de segurança.

A partir de hoje, as linhas vão operar serviços reduzidos e os titulares de passes anuais ou de bilhetes pré-comprados vão poder receber reembolsos.

Nas últimas semanas os serviços de comboio registaram uma queda de até 70% no número de passageiros, na sequência do apelo do governo para as pessoas evitarem contactos sociais e viagens desnecessárias e a trabalharem a partir de casa, resultando numa quebra de receitas de cerca de 66% relativamente ao ano passado.

"Este não é um modelo novo, é uma solução temporária, que toma as medidas necessárias para proteger os serviços agora de maneira económica e garante que a situação atual tenha o menor impacto possível sobre os comboios a longo prazo. Permitir que os operadores entrassem em insolvência provocaria perturbações mais significativas aos passageiros e custos mais altos para os contribuintes”, justificou o ministro dos Transportes, Grant Schapps.

De acordo com o balanço mais recente, divulgado no domingo pelo ministério da Saúde, o número de pessoas infetadas pela Covid-19 aumentou para 5.683 no Reino Unido, das quais 281 morreram.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 324 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 14.300 morreram.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 5.476 mortos em 59.138 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.

A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com um total de 81.054 casos, tendo sido registados 3.261 mortes.

Os países mais afetados a seguir à Itália e à China são a Espanha, com 1.720 mortos em 28.572 infeções, o Irão, com 1.685 mortes num total de 22.638 casos, a França, com 674 mortes (16.018 casos), e os Estados Unidos, com 390 mortes (31.057 casos).