Em declarações à agência Lusa, Sandra Monteiro, uma das passageiras portuguesas do navio "MS Princess Sarah", explicou que chegou ao Cairo no dia 03 de março e entrou neste cruzeiro em Luxor no sábado, para fazer a descida do rio Nilo.
“Saímos, visitámos o templo e regressámos. Hoje de manhã fomos informados de que vem a segurança e higiene nacional fazer o rastreio a todos os cruzeiros por causa do Covid-19”, contou à Lusa a passageira portuguesa.
Sandra Monteiro diz que no navio "MS Princess Sarah" estão pelo menos 43 portugueses, além de outros passageiros porto-riquenhos, argentinos, espanhóis e chineses e que há dezenas de cruzeiros parados em Luxor a aguardar o mesmo rastreio.
“Estão vários cruzeiros na mesma situação. Nós somos o terceiro, temos mais cinco na nossa lateral e atrás de nós estão filas idênticas, com nove a 10 cruzeiros cada, lado a lado”, acrescentou.
A portuguesa diz não há casos suspeitos no cruzeiro "MS Princess Sarah", mas que houve suspeita num dos outros navios.
“Para passarmos para a cidade temos de passar por dentro dos vários cruzeiros, num corredor, e também vamos visitar templos onde estiveram pessoas infetadas…”, disse a portuguesa, acrescentando: “A cidade está fechada, não podemos sair e vão fazer o rastreio a todos, independentemente se o navio está referenciado (com casos suspeitos) ou não”.
Sandra Monteiro disse ainda que as autoridades preveem ter o trabalho de rastreio concluído até final do dia de hoje e que a previsão era pernoitar em Luxor hoje à noite.
“Dentro do cruzeiro podemos circular. Estão sempre a desinfetar as áreas comuns. Já fecharam os quartos, pois íamos sair”, explicou Sandra Monteiro, sublinhando que neste navio “todos os passageiros estão bem dispostos e ninguém tem sintomas”.
“Estamos a aguardar (…) Temos consciência de que quem não está cá está mais aflito para saber como estamos. Mas estamos bem”, acrescentou.
No domingo, os passageiros e a tripulação do navio “A-Sara”, que está em Luxor, foram retirados da embarcação após terem sido identificados dezenas de casos de infeção do novo coronavírus.
A epidemia de Covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 3.800 mortos.
Cerca de 110 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países. Mais de 62 mil recuperaram.
Covid-19 em Portugal
No total, Portugal regista 30 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus, que causa a doença Covid-19. Estão sob vigilância das autoridades de saúde 447 pessoas por contactos com infetados.
Todos os pacientes com o novo coronavírus estão hospitalizados. Do total de doentes, 18 são homens e 12 são mulheres.
A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou cerca de 3.800 mortos entre mais de 109 mil pessoas infetadas numa centena de países e territórios.
Das pessoas infetadas, cerca de 60 mil já recuperaram.
A ministra da Saúde, Marta Temido, e a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, anunciaram, no sábado, 7 de março, numa conferência de imprensa conjunta, que as visitas a hospitais, lares e estabelecimentos prisionais da região Norte foram suspensas temporariamente devido à epidemia Covid-19 e recomendaram o adiamento de eventos sociais.
Em Portugal, quem suspeitar estar infetado ou tiver sintomas - que incluem febre, dores no corpo e cansaço - deve contactar a linha SNS24 através do número 808 24 24 24 para ser direcionado pelos profissionais de saúde. Não se dirija aos serviços de urgência, pede a Direção-geral de Saúde.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) lançou um microsite sobre o novo coronavírus (Covid-19), onde os portugueses podem acompanhar a evolução da infeção em Portugal e no mundo e esclarecer dúvidas sobre a doença.
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