A conferência de imprensa para fazer ponto de situação da covid-19 começou com a leitura do boletim das últimas 24 horas por parte da Secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira. A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, também esteve presente.

  • Após a leitura dos números, a conferência arrancou com a governante a aferir que a "tendência de aumento dos novos casos diários, não sendo exclusivos do país, merece uma preocupação". Jamila Madeira frisou que a "batalha contra a pandemia é longa" e "tem várias fases".
  • As reuniões do Infarmed vão ser retomadas em 7 de setembro.
  • Em agosto, segundo Jamila Madeira, a taxa de casos positivos registada foi a mais baixa desde o início da pandemia: 2,8%, do total de testes realizados.
  • Já foram feitos "quase meio milhão" de descarregamentos da aplicação da Stayaway Covid, segundo Jamila Madeira, que voltou a sublinhar a "utilidade da adesão" à ferramenta.
  • O Ministério da Saúde conseguiu garantir a "antecipação do fornecimento das primeiras 100 mil doses" de vacinas contra a gripe, o que vai permitir um "melhor planeamento por parte da Direção-Geral da Saúde na sua atribuição. No total, foram adquiridas cerca de 2 milhões de vacinas o que representa a "maior compra de sempre do nosso país contra a gripe".
  • Uma das questões colocadas pelos jornalistas teve que ver com o isolamento profilático das crianças institucionalizadas. Sobre este tema, Graça Freitas indicou que "não podia dizer o tempo exato", mas que a orientação relativamente à atuação de casos confirmados ou suspeitos nestas situações vai ser conhecimento "muito brevemente". "Devido ao início das aulas, a comunidade para onde estas crianças vão é uma comunidade aberta ao exterior. Por isso, as crianças vão ficar isentas de fazer qualquer tipo de quarentena — não vão entrar e sair da instituição como qualquer outra pessoa", declarou a diretora-geral da Saúde.
  • Instada a comentar se Portugal iria aderir aos novos testes rápidos à saliva, que dão resultados em vinte minutos, a Secretária de Estado Adjunta e da Saúde, Jamila Madeira, salientou que até ao momento o grau de exigência das autoridades nacionais neste aspecto tem sido elevado. "Aquilo que sabemos é que houve uma diversificação de tipo de testes ao longo de toda a pandemia. Neste momento a pressão e a evolução tecnológica tem vindo a promover outro tipo de ofertas", disse, mas afirmou que aquilo que se vai verificar é que as autoridades de saúde vão ter como preocupação os critérios de segurança, isto é, se são ou não assegurados.
  • Ainda neste ponto, Graça Freitas deu conta de que "Portugal tem estado sempre na vanguarda do que tem sido a testagem". E, nesse sentido, se se verificar a sua viabilidade, "poderão ser uma mais valia", caso cheguem ao mercado português.
  • Questionada se a nova orientação escolar, a sair em breve, vai alterar a prática e conduta das aulas de Educação Física nas escolas, a diretora-geral de Saúde frisou que o documento é "expressamente uma indicação" de determinadas situações como identificar casos suspeitos, confirmados ou surtos. "A atividade física recomenda-se, é fortemente recomendada, mas recomendam-se toda aquela que as escolas consigam garantir com distanciamento", rematou Graça Freitas.
  • Em Portugal, existem 23 surtos ativos em lares. Seis na região Norte e 17 na região de Lisboa e Vale do Tejo. "Tem sido um número relativamente pequeno", adiantou a responsável pela DGS.
  • Sobre o encerramento de quatro escolas em França devido ao aparecimento de alguns casos positivos detetados, Graça Freitas adiantou que as regras das escolas diferem de país para país. "Cada país tem o seu protocolo de atuação", explicou a diretora-geral da Saúde. Portugal também tem o seu e há dois meses foram enviadas as orientações para as escolas se prepararem para o início do ano letivo. A estratégia portuguesa passa "por sermos muito focados, muito cirúrgicos" para garantir uma "atuação" rápida e um "fluxo de comunicação muito grande entre as escolas, pais, educadores e autoridades de saúde".
  • Na quinta-feira, a Lusa noticiou que os desportistas e pais de menores que fazem desportos coletivos estavam a receber um documento para assinar que permitia aos clubes realizarem "todos os testes e exames laboratoriais" que pretendam, sem especificar serem no âmbito da covid-19. Graça Freitas adiantou hoje que o termo de responsabilidade que está a ser entregue aos desportistas e pais já foi corrigido, para especificar que os testes autorizados são no âmbito da infeção pelo novo coronavírus.

  • Segundo Graça Freitas, o documento foi produzido na sequência de um conjunto de orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS) para o regresso aos treinos e competições dos desportos coletivos federados no contexto da pandemia da covid-19 e, por isso, essa especificação estaria implícita. No ponto em causa do termo de responsabilidade que estava a ser distribuído pelos atletas lia-se apenas: "Aceito submeter-me a todos os testes e exames laboratoriais determinados pela equipa médica do meu clube, federação ou pelas Autoridades de Saúde".

  • A frase já foi, no entanto, corrigida, segundo adiantou a diretora-geral durante a conferência de imprensa regular sobre a situação epidemiológica em Portugal, para especificar que os testes e exames autorizados são apenas aqueles relacionados com a covid-19. “Vamos tornar mais específico que os testes que estão a ser autorizados são única e exclusivamente no âmbito da infeção pelo vírus SARS-CoV-2 que provoca a doença covid-19”, disse Graça Freitas, corrigindo depois que essa alteração já foi feita, “para que não restem dúvidas”. No termo de responsabilidade, os atletas comprometem-se ainda a cumprir as medidas de prevenção e controlo da infeção por SARS-CoV-2, bem como o risco de contágio durante a prática desportiva, quer durante os treinos quer em contexto de competições.