A comissão de especialistas nomeada pela Direcção-Geral da Saúde para definir um plano de vacinação contra a covid-19 já tem um projeto preliminar delineado, avançam o Expresso e o Público.
O plano, que se encontra pendente de aprovação, define as pessoas entre os 50 e os 75 anos com doenças graves — o que inclui insuficiência cardíaca, respiratória e renal — assim como utentes de lares e profissionais de saúde destacados para prestar cuidados como os grupos no topo das prioridades, perfazendo um total de 750 mil pessoas a vacinar.
De acordo com o Público, seguem-se 45 mil elementos das forças de segurança e da protecção civil e também doentes crónicos entre os 50 e os 75 anos — o que inclui diabetes ou cancro — sendo assim mais três milhões a precisar de vacinas prioritárias.
Ainda entre os grupos que deverão receber a vacina mais cedo encontram-se os idosos com mais de 65 anos, mas foram considerados de menor prioridade, sendo que a decisão terá em par sido tomada dado que ainda não há consenso científico quanto à eficácia das vacinas neste grupo.
No entanto, tratando-se de um dos grupos de risco mais agudo durante a pandemia, o Expresso refere que a decisão de remetê-lo para o "fim da fila" dos prioritários terá levado vários dos especialistas que integram o grupo a insurgir-se contra o plano, apresentou na reunião do Conselho Nacional de Saúde Pública da semana passada por Graça Freitas, diretora-geral da Saúde.
A proposta segue para nova análise ainda durante esta semana pela comissão técnica, sendo que o Público avança também que a vacina deverá ser, em parte, administrada nos centros de saúde.
Foi hoje publicado um despacho em Diário da República, assinado pelos ministros da Defesa Nacional, Administração Interna e Saúde, definindo que esta task-force tem um mandato de seis meses, renovável em função do progresso da operacionalização da vacinação contra a covid-19.
A 'task-force' tem um núcleo de coordenação, liderado pelo ex-secretário de Estado Francisco Ramos e que inclui elementos da Direção-Geral da Saúde, Infarmed e dos ministérios da Defesa Nacional e da Administração Interna e conta com o apoio técnicos de diversas estruturas.
O Estado-Maior-General das Forças Armadas, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, I. P. (INÇA), os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) e o Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH) são as entidades de apoio técnico.
Ao núcleo de coordenação da task-force compete entregar em 30 dias todos os documentos necessários para definir na totalidade o plano de vacinação contra a covid-19, tanto do ponto de vista da logística (armazenamento e distribuição das diferentes vacinas), como da estratégia de vacinação (identificação dos grupos alvo prioritários, administração e seguimento clínico de resultados e reações adversas).
Na semana passada, o primeiro-ministro revelou que Portugal estava preparado para comprar cerca de 16 milhões de doses de três vacinas contra a covid-19 e adiantou que Bruxelas prepara um combate às campanhas de desinformação em relação à vacinação.
Numa conferência de imprensa no final da cimeira de chefes de Estado e de Governo sobre o combate à covid-19, que decorreu por videoconferência, António Costa disse que as vacinas serão distribuídas simultaneamente em todos os Estados-membros e nas mesmas condições.
No caso de Portugal segundo António Costa, "relativamente a três das vacinas, já estão definidas as doses a comprar: numa 6,9 milhões, em outra 4,6 milhões e, na terceira, 4,5 milhões".
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