“Tínhamos ontem [segunda-feira], só no distrito de Évora, oito lares com infetados”, disse o responsável, indicando que as estruturas residenciais para pessoas idosas (ERPI) representam “a grande concentração” dos casos da doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2.
Na região, as propagações do vírus “fazem-se essencialmente em espaços fechados, obviamente em lares ou, então, em centros a que eventualmente as pessoas recorrem durante o dia”, disse aos jornalistas o presidente da ARS, no início da vacinação contra a doença no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE).
“Temos casos esporádicos na região, mas a grande concentração destas últimas semanas tem sido ao nível dos lares”, frisou.
Questionado pela agência Lusa sobre o total de lares em todo o Alentejo com surtos ativos de covid-19, José Robalo disse não dispor, de momento, desse número, mas acrescentou que, nos oito lares no distrito de Évora, são acompanhados por profissionais de Saúde “mais de 250 utentes”.
E, “cada vez que há um surto num lar, o número nunca é limitado em termos de pessoas infetadas”, lembrou, aludindo aos casos na comunidade e frisando que, mesmo com a vacinação, é preciso cumprir as medidas preconizadas pela Direção-Geral da Saúde, como a higiene das mãos, uso de máscara e distanciamento físico.
“A vacina não cria imunidade imediata, vai demorar algum tempo”, alertou.
À margem do início da vacinação no HESE, que contou com as presenças dos secretários de Estado adjuntos da Saúde e da Defesa Nacional, António Lacerda Sales e Jorge Seguro Sanches, respetivamente, o presidente da ARS Alentejo foi questionado sobre um dos primeiros surtos em lares na região e o mais mediático, o de Reguengos de Monsaraz (distrito de Évora), com 18 mortos.
“Foi o primeiro [e] provavelmente a experiência que tínhamos naquela altura não seria exatamente a mesma que teremos hoje, mas tem havido uma resposta dos profissionais de saúde”, disse.
Sobre os relatórios acerca do surto detetado em 18 de junho - e que, após a morte de 18 pessoas e um relatório da Ordem dos Médicos a apontar falhas, levou à abertura de um inquérito pelo Ministério Público -, José Robalo não se pronunciou.
“Não tenho nenhum comentário a fazer, atém porque isso ficará para as autoridades competentes, para a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde e para a Procuradoria-Geral da República. Cá estaremos para responder e colaborar no sentido de esclarecer todos os pormenores”, disse.
Portugal ultrapassou hoje 400 mil casos de infeção com o novo coronavírus desde o início da pandemia de covid-19, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
De acordo com o boletim da DGS, o país contabiliza hoje mais 74 mortes relacionadas com a covid-19 e 3.336 novos casos.
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