• Rui Portugal, subdiretor-geral da Saúde, começou por dizer que vai ser necessária uma adaptação de todos nas quadras festivas que se aproximam. "Ainda estamos a prevenir a infeção e temos de nos proteger", referiu.
  • Recomendação de 10 medidas práticas:
    • Cumprir as regras em vigor nestes dias, em termos de mobilidade ou eventuais restrições de ajuntamentos;
    • Quem tiver sintomas deve ficar em isolamento, cumprindo as regras estipuladas;
    • Reduzir os contactos antes da quadra festiva e durante esse mesmo período;
    • Em todos os contactos durante esta quadra, deve-se reduzir todo o tempo de exposição;
    • Reduzir os contactos com o núcleo familiar, ao contrário do que costuma acontecer nos outros anos;
    • Limitar as celebrações e os contactos nesta quadra festiva ao agregado familiar. Contacto com os outros membros devem acontecer "por meios digitais, computador ou telemóvel, por visitas rápidas no quintal de uns e de outros, no patamar das escadas do prédio, com uma troca simbólica de uma compota que um fez".
    • Deve ser respeitado o distanciamento físico e ter atenção às cozinhas, espaço de fácil propagação do vírus;
    • O arejamento dos espaços e espaços de maior volume são espaços de maior proteção;
    • Cumprir a etiqueta respiratória, usar máscara e desinfetar as mãos;
    • Evitar a partilha de objetos comuns, como talheres ou copos, bem como ter em atenção "uma utilização moderada e racional de tudo o que possam ser substâncias que possam trazer maiores afetividades".
  • Ainda sobre o Natal, o subdiretor-geral da Saúde lembrou que "não é obrigatório que o Natal se comemore, neste país, na ceia de Natal. Pode comemorar-se, por um momento de exceção, num almoço de Natal, na véspera do dia de Natal. Não há nada que o impeça".
  • A título de exemplo, Rui Portugal contou que, em sua casa, uma das pessoas comemora o aniversário num dos dias da quadra e a celebração é feita ao pequeno-almoço. "Nunca se deixou de fazer esta celebração de aniversário por causa das outras festividades", disse.
  • Rui Portugal lamentou ainda os 84 óbitos que ocorrem nas últimas 24 horas e lembrou que deve ser considerado "de uma forma muito substancial todo o esforço que está a ser feito" por todos, para que "possamos honrar o que neste momento está a ser feito a Portugal", no que diz respeito aos novos casos, mostrando uma curva descendente nos últimos 14 dias.

  • A vacinação não vai ser um substituto das medidas de controlo não farmacológico. "Temos de continuar a ter, durante um determinado tempo, as atitudes corretas", lembrou Rui Portugal, referindo que não se sabe "uma pessoa vacinada é uma pessoa protegida por muito tempo" contra a doença, não havendo também proteção de 100%.
  • No que diz respeito aos lares, Rui Portugal lembrou que não existem normas específicas para estas quadras. Todavia, deixou um exemplo: os netos podem fazer um "desenho especial para a avó" e a avó pode oferecer "um presente especial ao neto" desde que haja distanciamento físico, essencial para travar a propagação do vírus. "Teremos maior apetência para fazer visitas nessas instituições, mas será aconselhável que as visitas sejam feitas com toda a segurança. Não significa que tenhamos de estar afastados, podemos estar próximos usando alguma criatividade", referiu.
  • Rui Portugal referiu que existe um total de 489 surtos de covid-19 no país, dos quais 76 são em ambiente escolar, entre creches, escolas e ensino superior (1 na região Norte, 4 no Centro, 62 em Lisboa e Vale do Tejo, 5  no Alentejo e 4 no Algarve).
  • Quanto ao plano de vacinação contra a covid-19, este “é adaptável às circunstâncias”, assegurou o subdiretor-geral da Saúde a propósito da antecipação da decisão da Agência Europeia do Medicamento sobre a vacina da Pfizer-BioNTech para 21 de dezembro. “Se esse facto acontecer, estaremos a pensar numa antecipação de oito dias em relação à vacinação e todo o esforço deve ser feito para que todas as questões logísticas sejam antecipadas em oito dias”, disse Rui Portugal.

  • Sobre a vacinação nos centros de saúde e as dúvidas sobre a acessibilidade de pessoas não inscritas nestas unidades e que pertençam aos grupos considerados prioritários, Rui Portugal esclareceu que “os médicos assistentes podem e devem identificar essas pessoas” e integrá-las em função do risco e do grupo prioritário, consoante a sua eventual atualização ao longo das diferentes fases do plano, e citou o papel das unidades de cuidados nas comunidades.

  • Questionado pelo SAPO24 sobre se a DGS recebeu relatos de profissionais de saúde que já tenham dado conta da recusa em tomar uma eventual vacina para a covid-19, Rui Portugal diz que tal não aconteceu, mas avisa que, a acontecer, a situação terá de ser analisada caso a caso, tendo em conta as instituições de saúde onde isso possa acontecer.
  • "Em termos do comum senso da saúde pública, os profissionais de saúde que estão integrados em unidades que têm planos específicos de contingência para essas situações", explicou Rui Portugal, apelando a que mais questões sobre o tema sejam colocadas aos técnicos do grupo de trabalho que está a olhar para a vacina da covid-19.
  • "Em relação à vacinação para a gripe este ano, os profissionais de saúde tiveram uma adesão muitíssimo superior ao normal", respondeu Rui Portugal, que em substituição de Graça Freitas falou esta tarde em Lisboa, na conferência de imprensa de atualização dos números da covid-19 no país.
  • Quanto à supostamente reduzida adesão aos testes rápidos, Rui Portugal garantiu que não existe qualquer impedimento ou reserva na sua utilização por parte da DGS. “Os testes rápidos têm uma orientação da DGS e estão disponíveis. Interessa-nos que os prescritores os usem de forma adequada e sempre que forem necessários. Não temos nada a opor”, reiterou.