"Os meninos que se agasalhem”, sugeriu.

“O objetivo é verificar se tudo está a correr bem, se é possível melhorar em termos daquilo que são os planos de contingência das próprias escolas e se agora, com as aulas a decorrer, é necessário corrigir algo, é necessário apoiar algo e, em cada momento, encontrar as melhores respostas para aquilo que é possível mudar, melhorar, no plano da prevenção do contágio da covid-19”, disse à Lusa o vereador da Câmara de Lisboa com o pelouro da Educação, Manuel Grilo (BE, partido que tem um acordo de governação da cidade com o PS).

Hoje ao final da manhã, uma das equipas multidisciplinares visitou a escola EB1 e Jardim de Infância do Armador, em Marvila, que pertence ao Agrupamento de Escolas das Olaias.

Ao longo de uma hora, a equipa andou pelos corredores da escola, sinalizados com setas coloridas para indicar os percursos de entrada e saída de cada espaço e os sentidos em que os alunos devem circular, fazendo perguntas sobre a divisão dos espaços e forma como as ‘bolhas’ de crianças estão organizadas.

No refeitório com mesas corridas, as cadeiras estão colocadas apenas de um lado, garantindo que nenhuma criança fica frente-a-frente com outra enquanto almoça. Contudo, as janelas todas fechadas mereceram um reparo da delegada de saúde que acompanhava a visita, que alertou para a necessidade de haver circulação do ar.

Nas salas de aulas, os alunos estão dois a dois nas carteiras, mas como solução de recurso colocaram-se ‘dossiers’ em pé a dividir as mesas, em jeito de ‘sistema barreira improvisado’.

Tal como recomendado, também na escola do Armador, que tem cerca de 240 crianças, foi implementado o sistema de ‘bolha’, com a escola dividida em dois - um espaço para o 1.º e 2.º anos e outro para os 3.º e 4.º - que nunca se cruzam no recreio, corredores ou refeitório e fazem as entradas e saídas por diferentes portões.

No jardim de infância, que funciona num edifício autónomo, as quatro salas foram divididas por duas ‘bolhas’.

Aliás, segundo o vereador da Câmara de Lisboa com o pelouro da Educação, nestas novas visitas que as equipas multidisciplinares estão a fazer - as terceiras efetuadas aos jardins de infância e escolas do 1.º ciclo desde junho e as segundas visitas às escolas do 2.º e 3.º ciclos e do ensino secundário desde agosto - está a ser dado “particular enfoque na manutenção das 'bolhas'”, não só nas aulas, mas também durante as refeições e nos momentos de apoio à família.

Por outro lado, acrescentou, estas visitas, “que se irão repetir ao longo do ano para garantir um acompanhamento permanente”, servem também para que cada uma das áreas (saúde, educação, proteção civil) verifique “o que está a ser feito bem, o que pode ser corrigido, o que pode ser melhorado”.

“Hoje, por exemplo, verificaram que estava um frigorífico na sala de isolamento, que não pode estar ali, vai ter de ser alterado. São pequenas coisas, mas podem ser muito importantes no momento em que haja um contágio, no momento em que haja necessidade de estar alguém na sala de isolamento”, afirmou.

Quanto às escolas do 2.º e 3.º ciclos e secundárias, o autarca explicou que as preocupações são as mesmas, embora aí todos usem máscara.

“Aqui, no 1.º ciclo, as crianças não trazem máscara, portanto, há um especial cuidado na manutenção deste princípio da ‘bolha’, no sentido de garantir as melhores condições para todos”, salientou.

Sobre o início do ano letivo, ao fim de duas semanas de aulas, Manuel Grilo reconheceu a existência de alguns problemas, mas considerou que, globalmente, tudo está a funcionar bem.

“Creio que para alguns do ponto de vista que estavam à espera de uma catástrofe, não aconteceu catástrofe alguma. As escolas estão a funcionar muito bem, o que não quer dizer que não haja problemas, há seguramente problemas, há problemas com falta de assistentes operacionais”, referiu.

Mas, continuou, “não há nenhum surto registado” e até agora apenas surgiram “casos isolados” que são “resolvidos internamente” e que levam a que apenas uma sala de jardim de infância ou uma turma seja enviada para casa para fazer um período de quarentena.

“Têm sido, felizmente, casos muito isolados e poucos casos na escola pública, ao contrário do que alguns esperavam”, insistiu, considerando que está “tudo tranquilo na escola pública”, que está a funcionar “muitíssimo bem”.

Uma avaliação partilhada pelo diretor do Agrupamento de Escolas das Olaias, Francisco Simões, para quem tudo “está a correr normalmente”.

“Nada de surpresas, aparecem casos pontuais que nós temos de enfrentar e temos de resolver e que são pontuais”, disse, considerando que, depois da falta de confiança que algumas pessoas tinham no início da pandemia, agora está-se a enfrentar a situação “de forma simples, coerente, com calma”.

Por: Vera Amaro da agência Lusa