Na circular, assinada por José Rodrigues, secretário Nacional para a Sustentabilidade do CNE, é sublinhado que “o cancelamento ou adiamento de eventos de massas não deve ser encarado com alarmismo, mas sim com a prudência e a responsabilidade que a todos se exige neste momento”.

“Todos os contributos para controlar e confinar o surto do COVID-19 são importantes e o CNE, na sua missão primordial de educar para a cidadania ativa, quer fazer parte do imenso esforço de toda a sociedade”, acrescenta o documento que determina a suspensão de todas as atividades escutistas” nacionais promovidas pelo CNE por um período de 15 dias e aconselha “todos os outros níveis do CNE (Regiões, Núcleos e Agrupamentos) a procederem do mesmo modo”.

A circular aconselha ainda os elementos do Corpo Nacional de Escutas a respeitarem as recomendações da Direção-Geral de Saúde e sublinha que a medida agora adotada está sujeita a “avaliação permanente, definindo-se para já a vigência até ao dia 25 de março”.

Fonte do CNE explicou à agência Lusa que o objetivo desta comunicação não é "ser alarmista", mas antes se trata de uma decisão "preventiva" e que, "nas redes sociais e outras ferramentas", estão a ser passadas "as indicações comportamentais referenciadas pelas autoridades nacionais de saúde".

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.200 mortos.

Cerca de 117 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países, e mais de 63 mil recuperaram.

Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 631 mortos e mais de 10.100 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.

A quarentena imposta pelo governo italiano ao Norte do País foi alargada a toda a Itália.

O Governo português decidiu suspender todos os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas em Itália, recomendando também a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas.

Estas são as principais recomendações das autoridades de saúde à população

O surto do novo coronavírus detetado na China tem levado as autoridades de saúde a fazer recomendações genéricas à população para reduzir o risco de exposição e de transmissão da doença. Eis algumas das principais recomendações à população pela Organização Mundial da Saúde e pela Direção-geral da Saúde portuguesa:

  • Lavagem frequente das mãos com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Ao tossir ou espirrar, fazê-lo não para as mãos, mas para o cotovelo ou para um lenço descartável que deve ser deitado fora de imediato;
  • Evitar contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Evitar contacto direto com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Deve ser evitado o consumo de produtos de animais crus, sobretudo carne e ovos;
  • Em Portugal, caso apresente sintomas de doença respiratória e tenha viajado de uma área afetada pelo novo coronavírus, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24).

Portugal regista 41 casos confirmados de infeção, segundo as últimas informações da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgadas na terça-feira.

A DGS comunicou também que em Portugal se atingiu um total de 375 casos suspeitos desde o início da epidemia, 83 dos quais ainda a aguardar resultados laboratoriais.

Segundo a DGS, há ainda 667 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

Face ao aumento de casos, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte, até agora a mais afetada.

Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino, sobretudo no Norte do País, assim como ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas.

Os residentes nos concelhos de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto, foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias.