A síndrome de Guillain-Barré é uma doença rara do sistema imunitário que causa inflamação dos nervos e pode levar à dor, dormência, fraqueza muscular e dificuldade em andar.
O aviso, ainda não oficializado, será emitido pela Food and Drug Administration (FDA), a agência governamental responsável pela aprovação da utilização de novos medicamentos, vacinas e outros produtos relacionados com a saúde pública.
De acordo com o The New York Times, que cita fontes familiarizadas com o assunto, a FDA concluiu que as pessoas que receberam a vacina da Janssen, subsidiária da multinacional americana Johnson & Johnson, têm três a cinco vezes mais probabilidades de desenvolver a síndrome de Guillain-Baré. No entanto, segundo reporta a publicação, a ligação entre a doença neurológica rara e a vacina pode ser real, mas o risco parece ser muito pequeno. Dos 12,8 milhões de pessoas que receberam a vacina da Janssen nos Estados Unidos, cerca de 100 podem ter desenvolvido sintomas. A maioria das pessoas afetadas começou a apresentar sintomas duas semanas após a imunização e, na maioria dos casos, o perfil corresponde a homens com mais de 50 anos. Embora os sintomas passem, frequentemente, dentro de semanas, em alguns casos, a condição pode causar danos nervosos permanentes.
"A probabilidade de isso acontecer é muito baixa e a taxa de casos relatados excede a incidência sem qualquer intervenção por uma pequena margem" na população em geral, explica a Johnson & Johnson em comunicado.
Ainda não há provas suficientes para estabelecer que a vacina causa a doença, mas a FDA assegura que continuará a monitorizar a situação.
Não há dados que evidenciem um padrão semelhante entre aqueles que receberam a vacina contra a covid-19 da Moderna ou Pfizer, que só nos Estados Unidos já administraram mais de 321 doses.
A vacina da Janssen, de dose única, já tinha sofrido um contratempo em abril, quando as autoridades norte-americanas interromperam a sua distribuição, após seis casos de trombose cerebral terem sido detetados em mulheres com menos de 48 anos.
O anúncio oficial da FDA pode ser feito na terça-feira, de acordo com o The New York Times.
Comentários