“O mais confortável seria adiar por dois anos, até 2022, e agendar para o mesmo ano dos Jogos Olímpicos de Inverno. Poderia até ser visto como um ano de celebração olímpica. Permitiria aos atletas prepararem-se devidamente. Dois anos não é assim tanto e, dois anos depois, teríamos novamente os Jogos de verão”, observou, em entrevista ao canal FOX 26 Houston.
Carl Lewis, de 58 anos, considerou que “é muito difícil para um atleta preparar-se, treinar-se e manter-se motivado, quando existe esta incerteza”, devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus, salientando que “os atletas não se podem preparar para os Jogos Olímpicos se não tiverem competição”.
Por outro lado, o norte-americano foi perentório quanto a um possível cancelamento dos Jogos: “Seria devastador e não seria justo. O adiamento permitiria transformar algo negativo em algo positivo”.
Carl Lewis participou em quatro edições dos Jogos Olímpicos, em 1984, 1988, 1992 e 1996, nas quais arrecadou nove medalhas de ouro, nos 100, 200, 4×100 metros e salto em comprimento, com o pleno em Los Angeles, em 1984, e uma de prata, nos 200 metros.
A lenda do atletismo juntou-se hoje a outros responsáveis e organizações, não apenas do meio desportivo, que já se manifestaram favoráveis ao adiamento de Tóquio2020, apesar de governo japonês e Comité Olímpico Internacional (COI) manterem a intenção de organizar os Jogos nas datas previstas.
Os comités olímpicos de Noruega, Brasil, Espanha e Estados Unidos e o paralímpico norte-americano, bem como as federações norte-americanas de atletismo e natação e as espanholas de atletismo e futebol, pediram abertamente o adiamento da competição, prevista para decorrer entre 24 de julho a 09 de agosto.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 308 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 13.400 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro de 2019, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu tornou-se o epicentro da pandemia, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais (4.825), o que levou vários países a adotarem medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Em Portugal, que se encontra em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira, a Direção-Geral da Saúde elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 1.600, mais 320 do que no dia anterior. O número de mortos no país subiu para 14.
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