Yin Weidong, o CEO da SinoVac, disse que recebeu pessoalmente a vacina experimental.

"No início, a nossa estratégia foi desenhada para a China e para Wuhan, mas em junho e julho, ajustámos para abranger todo o mundo", revelou.

"O nosso objetivo agora é fornecer a vacina para todo o mundo, incluindo os Estados Unidos, União Europeia e outros", assegurou Yin.

Regulamentos rigorosos nos EUA, União Europeia, Japão e Austrália têm historicamente bloqueado a venda de vacinas chinesas, mas Yin disse que isso pode mudar.

A SinoVac está a desenvolver uma de quatro vacinas candidatas na China, juntamente com a estatal SinoPharm, que possui duas outras em desenvolvimento, e a empresa privada filiada ao exército chinês CanSino.

Mais de 24.000 pessoas estão a participar dos testes clínicos realizados pela CoronaVac no Brasil, Turquia e Indonésia, disse Yin.

A SinoVac escolheu estes países porque todos tiveram surtos graves, são populosos, e têm uma capacidade limitada de pesquisa e desenvolvimento, disse.

Yin falou à imprensa durante uma visita a uma fábrica da SinoVac no sul de Pequim.

Construída em poucos meses, a planta foi projetada para permitir que a SinoVac produza meio milhão de doses da vacina por ano.

A instalação já estava a operar hoje, com funcionários a encher frascos minúsculos com a vacina e a embala-los. A empresa projeta que poderá produzir centenas de milhões de doses até fevereiro ou março do próximo ano.

A SinoVac também está a começar a testar pequenas doses da CoronaVac em crianças e idosos na China.

Embora a vacina ainda não tenha passado pelos testes clínicos de fase 3, um padrão globalmente aceite, a SinoVac já injetou milhares de pessoas na China.

Yin disse que foi um dos primeiros a receber a vacina experimental, há vários meses, junto com investigadores, depois de as fases um e dois dos testes em humanos não causarem efeitos adversos graves.

"Isto é uma espécie de tradição na nossa empresa", disse Yin, acrescentando que fez o mesmo com uma vacina contra a hepatite em desenvolvimento.

No início do ano, a China permitiu o "uso de emergência" de vacinas candidatas para populações em risco, como funcionários nas fronteiras e médicos, se as empresas mostrassem "segurança e bons anticorpos" em testes com cerca de mil pessoas, disse Yin.

A SinoVac recebeu a aprovação em junho passado, junto com a SinoPharm e a CanSino, e foi capaz de fornecer dezenas de milhares de doses da CoronaVac para o governo municipal de Pequim, disse Yin.

Os funcionários da SinoVac foram qualificados para uso de emergência da vacina porque um surto dentro da empresa prejudicaria a sua capacidade de desenvolver a vacina, disse Yin.

Cerca de 90% dos colaboradores da empresa já foram vacinados, revelou.

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