Notícia atualizada às 11:52
Fotografias partilhadas nas redes sociais mostraram a fila de espera de cerca de 10 ambulâncias para a urgência covid-19 de Torres Vedras e a administradora do hospital reconheceu hoje que a última noite "foi muito complicada".
"A situação esteve muito complicada, porque não havia lotação e tivemos de criar mais uma enfermaria com 21 camas", disse à agência Lusa Elsa Baião, presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), a que pertence a unidade de Torres Vedras, no distrito de Lisboa.
A capacidade do internamento para a covid-19 aumentou de 45 para 66 camas.
Segundo a administradora, hoje, "pelas 08:00 a situação já estava mais calma, apesar de a urgência continuar lotada".
Em Torres Vedras, admitiu, "a situação é mais preocupante por causa do surto ativo [com um total de 157 casos confirmados] dentro da unidade, motivo pelo qual as equipas estão mais reduzidas, e por ser uma região com um número elevado de camas de lar".
Elsa Baião alertou que, nos últimos dias, "tem sido complicado transferir doentes para outros hospitais", assim como contratar mais profissionais de saúde, nomeadamente enfermeiros.
Ainda assim, na sexta-feira, o CHO conseguiu transferir tanto doentes não covid, como doentes covid para outras unidades, destacando a responsável os cinco doentes covid que foram transferidos de Torres Vedras para a CUF Tejo, em Lisboa, ao abrigo do acordo que o Ministério da Saúde estabeleceu com hospitais privados.
O CHO possui uma capacidade de 102 camas de internamento para doentes covid, em Torres Vedras (66) e Caldas da Rainha (36), cuja lotação "está perto do limite", pelo que voltar a aumentar essa capacidade "é uma hipótese que não está posta de parte", disse a administradora.
Na quarta-feira, dia 13, várias tendas foram montadas pela Proteção Civil junto ao hospital para aumentar a resposta.
Situação similar em Santa Maria
Tal como aconteceu em Torres Vedras, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, existiram longas filas de ambulâncias à espera de vaga na urgência dedicada à covid-19.
De acordo com a RTP, há relatos de que doentes foram vistos pelas equipas médicas no próprio veículo. A mesma fonte adianta que o hospital está quase em rotura devido ao aumento do número de infeções.
Ontem também já tinha sido comunicado que capacidade de resposta da urgência covid iria ser reforçada com uma segunda estrutura junto à Urgência Central do Hospital Santa Maria, com capacidade para cerca de 10 doentes.
Assim, os atuais postos de atendimento/boxes/quartos da urgência autónoma passarão de 33 para 51 durante a próxima semana.
A capacidade de internamento covid em enfermaria aumentará das atuais 160 para 200 camas, com abertura de uma enfermaria com cerca de 20 camas hoje e mais 20 camas noutra enfermaria que começa a funcionar igualmente no início da próxima semana.
* com agências
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