Em comunicado, a Fnac Portugal refere que desde o início da pandemia de covid-19 "tem levado a cabo uma série de medidas, de forma a mitigar os efeitos nocivos deste vírus, com enfoque em garantir a segurança, a saúde e a estabilidade pessoal e profissional das suas centenas de colaboradores, espalhados de norte a sul do país, bem como a segurança de todos os seus clientes".

A primeira das medidas da retalhista foi encerrar a maioria das lojas em 19 de março e no início desta semana "o fecho das últimas sete lojas que ainda se mantinham a operar em regime de serviços mínimos, passando a Fnac Portugal a operar apenas com o canal 'online'", adianta.

Com o prolongamento do estado de emergência e "os consequentes danos económicos resultantes da mesma, e de forma a salvaguardar o futuro dos seus colaboradores, a Fnac decidiu recorrer a todos os sistemas de proteção que o Governo português está a disponibilizar às empresas", nomeadamente o 'lay-off' simplificado.

"Aceder a este programa de exceção é a única forma, disponível neste momento, para tentar minimizar os avultados prejuízos imediatos e garantir um futuro para a organização e os seus colaboradores", argumenta a retalhista, que vende desde livros a produtos tecnológicos, música e eletrodomésticos, entre outros.

"Neste sentido, a FNAC solicitou o processo de 'lay-off', com efeitos a partir do passado dia 01 de abril, aos seus colaboradores, durante um período de um mês (renovável por igual período se se mantiverem as condições)", adianta.

De acordo com a empresa, as modalidades deste processo passam por 'lay-off' total (aplicado a 87% colaboradores cujas funções foram suspensas na totalidade, sendo na sua grande maioria colaboradores que desempenham funções nas lojas Fnac que se encontram encerradas) e 'lay-off' parcial (aplicado a 4% colaboradores que continuam em funções, mas redução de horário)".

O 'lay-off' será inexistente para "9% colaboradores que continuam a desempenhar a totalidade das suas funções", acrescenta.

A Fnac Portugal refere tratar-se de "uma decisão difícil, mas necessária", já que tal permitirá "garantir os mais de 1.800 postos de trabalho permanentes e continuar a solidificar o ADN Fnac como uma empresa arrojada e inovadora, que trabalha, diariamente, para levar o melhor da cultura, entretenimento e da tecnologia aos consumidores portugueses".

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 54 mil.

Dos casos de infeção, cerca de 200.000 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

O continente europeu, com cerca de 560 mil infetados e perto de 39 mil mortos, é aquele onde se regista o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 13.915 óbitos em 115.242 casos confirmados até quinta-feira.

Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, mantém-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.