“A nossa perceção, em termos das questões colocadas, é que há dois principais grupos: o grupo de ‘como é que fico doente, o risco e como é que se transmite o vírus’ e um segundo grupo sobre ‘quais os sintomas e o que fazer’”, afirmou hoje Teresa Leão, investigadora do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP).
“Quais são os modos de transmissão do vírus e quão rápido se transmite?”, “É possível o contágio do SARSCoV2 através da água das piscinas ou jacuzzi?” e “O vírus transmite-se através de objetos ou materiais, como por exemplo, o dinheiro?”, são algumas das questões colocadas.
No entanto, o leque de perguntas, que se subdividem no fórum do ISPUP em oito grupos, é “grande e variado”, e há ainda lugar para questões “mais criativas”, assegura Teresa Leão.
Na tentativa de recorrer à evidência científica para desmistificar algumas questões, por vezes baseadas em mitos e notícias falsas, os investigadores desmentem dúvidas, tais como “que borrifar o corpo com álcool e cloro não é a melhor solução para prevenir a infeção”.
“Tentamos pegar na evidência científica para responder e desmitificar. Alguma da evidência não está de todo testada, nem trabalhada de forma precisa pela ciência, mas temos de ter um conhecimento científico”, explica Teresa Leão, assegurando que as explicações “são o mais simples possível”.
“Tentamos que a explicação seja o mais simples possível, de forma a que seja fácil as pessoas compreenderem a mensagem que está a ser transmitida. Por vezes não conseguimos, mas tentamos ter sempre isso em atenção”, salientou.
‘O vírus e a doença’, ‘Como se pode transmitir? Quem poderá estar doente?’, ‘Como nos podemos proteger?’, ‘Estou em risco?’, ‘Como manter a minha saúde mental?’, ‘Qual a resposta do SNS?’, ‘Funerais, animais, viagens e encomendas’ e ‘Mitos e notícias falsas’ são os subgrupos do fórum do ISPUP, que agrupa também questões presentes noutras plataformas.
Se, por um lado, há quem questione os investigadores sobre o “risco de contágio de e para os animais”, por outro há quem queira saber se os “secadores de mãos são eficazes a matar o novo coronavírus” ou se o vírus pode ser transmitido por “picadas de mosquitos”.
Paralelamente, há também quem pergunte se “conseguir suster a respiração durante 10 segundos” significa que não está infetado e até qual “o risco de ir a um funeral de uma pessoa que faleceu com a Covid-19”.
Apesar de serem várias as questões a que os investigadores do ISPUP já deram resposta, nos próximos dias vão continuar a fazê-lo, tendo por base a “evidencia científica” de que dispõem até ao momento.
Além ISPUP, o fórum é monitorizado em colaboração com a Unidade de Doenças Emergentes do Serviço de Doenças Infecciosas do Centro Hospitalar Universitário de São João.
A Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira.
O número de mortos no país subiu para seis.
Atualmente, há 24 cadeias de transmissão ativas em Portugal.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira, depois de a Assembleia da República ter aprovado na quarta-feira o decreto que lhe foi submetido pelo Presidente da República, com o objetivo de combater a pandemia de Covid-19, após a proposta ter recebido pareceres favoráveis do Conselho de Estado e do Governo.
O estado de emergência proposto pelo Presidente prolonga-se até às 23:59 de 02 de abril.
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