"Vai ser determinada a suspensão de atividades por parte dos CAO, apenas podendo estes assegurar, em caso de necessidade/carência económica de alguns utentes, o fornecimento de refeições", afirmou hoje fonte do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em resposta à agência Lusa.

Segundo a mesma fonte, a orientação já foi dada diretamente ao presidente da Confederação Nacional de Instituições de Solidariedade (CNIS) e "será transmitida ainda esta sexta-feira, pelo Instituto de Segurança Social, a todas as IPSS [instituições particulares de solidariedade social] da área da deficiência".

A resposta do ministério surgiu na sequência de críticas da presidente da Humanitas - Federação Portuguesa para a Deficiência Mental, Helena Albuquerque, que, em declarações à agência Lusa, tinha afirmado que as instituições com CAO estavam hoje ainda à espera de indicação da tutela sobre se deviam ou não fechar estes centros de apoio, utilizados durante o dia por adultos com deficiência, normalmente com os casos mais profundos.

Segundo Helena Albuquerque, hoje foi "um dia muito complicado" para todas as IPSS ligadas a esta população, que começam a ver "fecho de estruturas à sua volta", mas sem qualquer indicação ou orientação da tutela sobre o que fazer em relação aos CAO.

De acordo com a responsável da Humanitas, há alguns milhares de adultos com deficiência que frequentam os CAO, a nível nacional.

O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.300 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde (OMS) a declarar a doença como pandemia.

O número de infetados ultrapassou as 140 mil pessoas, com casos registados em mais de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 112 casos confirmados.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (34), ao passar de 78 para 112, dos quais 107 estão internados.

A região Norte continua a ter o maior número de casos confirmados (53), seguida da Grande Lisboa, cujo registo duplicou para 46, enquanto as regiões Centro e do Algarve têm cada uma seis casos confirmados. Além destas há um caso assinalado pela DGS no estrangeiro.