“Vamos abrir uma enfermaria com 19 camas no Hospital da Luz”, declarou à agência Lusa a assessora do Hospital Amadora-Sintra, Diana Ralha.
O Hospital Amadora-Sintra vai transferir 48 pacientes para outros hospitais de Lisboa devido a "um conjunto de constrangimentos na rede de fornecimento de oxigénio medicinal ocorrido no início da noite de hoje", segundo nota divulgada pelo centro hospitalar.
Segundo Diana Ralha, dos 48 pacientes transferidos hoje,“20 vão para o hospital de Santa Maria, 11 para os hospitais de retaguarda das Forças Armadas e da Cidade Universitária, quatro vão para Portimão e os restantes, a princípio, para Setúbal”.
Devido aos constrangimentos ocorridos, segundo o comunicado do hospital, é “aconselhável a diminuição do número de doentes internados a quem é necessário administrar oxigénio em alto débito, pelo que se está a proceder à transferência de 48 doentes para outras unidades de saúde da região de Lisboa”.
“Não está em causa a disponibilidade de oxigénio ou o colapso da rede, mas sim a dificuldade da estrutura existente em manter a pressão. Assim é necessário aliviar o consumo de oxigénio para estabilizar a rede e repor a normalidade”, lê-se na nota.
“Nunca esteve em causa a vida dos doentes, porque assim que foram reportadas as flutuações no débito do oxigénio, estes doentes iniciaram ventilação através de botijas, de cilindros de oxigénio que nós temos muitos, estamos muito bem fornecidos”, disse à agência Lusa Diana Ralha, assessora do Amadora-Sintra.
“Os constrangimentos referidos foram colmatados com recurso a garrafas de oxigénio, envolvendo a mobilização de vários profissionais cujo esforço se agradece publicamente”, lê-se no comunicado.
Segundo a nota, “HFF tem já em curso um conjunto de obras para reforço da rede de fornecimento de oxigénio. Está em curso um reforço da rede de gases medicinais que serve esta unidade, designadamente as áreas das enfermarias, serviços de urgência, unidades de cuidados intensivos, entre outras”.
“Na semana passada foi instalada uma nova rede de oxigénio na Torre Amadora para reforço da rede já existente, visando a manutenção de fluxos e estabilização da rede de oxigénio”, referiu o documento.
Segundo o hospital, teve igualmente início “os trabalhos para a instalação de um novo tanque de oxigénio que funcionará em paralelo com o existente. Esta nova infraestrutura, que se estima ficar concluída dentro de três semanas, vai dar resposta a eventuais necessidades de aumento do consumo”.
Além disso, de acordo com a nota, tiveram também já início os trabalhos de instalação de uma rede redundante na Torre Sintra, que tal como a rede redundante instalada na outra torre irá reforçar a rede de gases medicinais já existente.
Adicionalmente, segundo o hospital, vai também ser instalado um tanque de oxigénio para alimentar em exclusivo a área dedicada a doentes respiratórios do Serviço de Urgência e que ficará independente da rede principal do Amadora-Sintra.
“Já eramos o Hospital com mais doentes com covid-19, com 363 pacientes, e mesmo com estas transferências (48), continuamos a ser o hospital com mais doentes covid-19”, disse Diana Ralha.
“Nunca recusamos nenhum doente, nunca recusamos cuidados a nenhum paciente. Mas devidos a estes problemas de infraestrutura, tivemos que colocar aqui um travão. Nas últimas 72 horas, o Hospital Amadora-Sintra aumentou 90 camas de enfermaria covid-19. O nosso plano de contingência, no pior cenário, previa 120 doentes com covid-19”, sublinhou a assessora do hospital.
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