Segundo o governante, ouvido hoje na Assembleia da República, o Hospital das Forças Armadas do Porto “está atualmente esgotado na sua capacidade”.
“Mas esperamos que em breve tenha possibilidade de receber mais doentes, na medida em que temos 11 casos de idosos que não estão infetados e estão lá apenas enquanto aguardam condições para que regressem aos lares”, indicou o ministro, estimando que tal possa “acontecer na quarta-feira”.
Já no Hospital das Forças Armadas de Lisboa existe “ainda bastante capacidade de receber doentes” infetados com a doença provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2).
Questionado pelo PCP sobre o antigo Hospital Militar de Belém (Lisboa), que está em obras para receber infetados com covid-19, o ministro adiantou que os trabalhos decorreram “em tempo recorde” com “130 trabalhadores a trabalhar 24 horas”.
Sobre o futuro daquele edifício no fim da pandemia, Gomes Cravinho explicou que as “obras que foram feitas não serão desperdiçadas, porque a infraestrutura tem de ter utilidade”, e “estava já previsto que a estrutura fosse utilizada, em parceira com a Câmara Municipal de Lisboa e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, como centro de cuidados continuados”.
“Esse plano mantém-se”, salientou.
Ainda assim, o ministro da Defesa Nacional afirmou que, “daqui por um mês ou dois”, vai falar com a ministra da Saúde, que decidirá se se mantém a necessidade daquelas camas para o tratamento de doentes com covid-19.
Se essa necessidade não se colocar, avança o centro de cuidados continuados, mas se as camas forem precisas para doentes infetados com o novo coronavírus, “esse plano será adiado”, referiu.
Sobre o hospital de campanha localizado no Estádio Universitário, em Lisboa, o ministro explicou que o “objetivo é ter capacidade de receber utentes que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) não tenha capacidade de atender”.
Questionado sobre a localização, Gomes Cravinho argumentou que foi o “local mais apropriado”, mas assinalou que “está ao serviço do país, assim como a capacidade de transporte das Forças Armadas”, como por exemplo as “ambulâncias, que serão utilizadas sempre que houver necessidade”.
Em resposta ao PS, o ministro lembrou que as Forças Armadas estão à disposição do SNS e que dispõem de um conjunto de centros de acolhimento que permitem apoiar a rede hospitalar.
“[São] locais onde, por um lado, podem ir pessoas infetadas que não têm sintomas, mas não têm possibilidade de isolamento em casa própria, por viverem com outras pessoas, ou pessoas infetadas com sintomas, mas sintomas ligeiros que não requeiram nenhum tipo de cuidados especiais”, adiantou o ministro.
Desse modo, continuou Gomes Cravinho, o atendimento médico nestes centros seria “muito ligeiro”, não sendo necessário “o rácio habitual de camas por médico e por enfermeiro”.
Em resposta ao CDS-PP, o ministro da Defesa Nacional identificou “1.147 camas disponíveis para serem ocupadas” em nove centros de acolhimento espalhados pelo país - Braga, Vila Real, Alfeite, Vendas Novas, Leiria, Ota, Tavira, Funchal e Ponta Delgada.
De acordo com o ministro, existe capacidade de expandir até 2.300 camas “com outros centros de acolhimento que ainda não estão prontos”.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 345 mortes, mais 34 do que na véspera (+10,9%), e 12.442 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 712 em relação a segunda-feira (+6%).
Dos infetados, 1.180 estão internados, 271 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 184 doentes que já recuperaram.
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