“[…] Neste momento, em que estamos a falar, temos cerca de 60 doentes para internar”, afirmou a profissional de saúde aos jornalistas, junto ao maior hospital do país, localizado em Lisboa.

De acordo com Anabela Oliveira, o Hospital de Santa Maria não tem “qualquer controlo” sobre os doentes que lhe são enviados, porque não é feito nenhum contacto com os médicos e chegam às urgências sem serem referenciados.

“Nós não sabemos se os doentes que estão nas ambulâncias são doentes ligeiros, se são doentes com doença moderada, se são doentes graves. Não há qualquer referenciação, portanto, a montante não temos qualquer controlo”, salientou.

A médica lembrou ainda que há, cada vez mais, doentes com covid-19 de moderada a grave, alertando que abrange todas as faixas etárias.

“Não temos só idosos. Temos pessoas mais jovens, com 30, com 40 e até pessoas com 20 anos. Nós estamos a ter muito doentes com doença moderada a grave com necessidade de internamento. Se não temos capacidade de os internar e fácil de perceber que os doentes vão ‘entupir’ o serviço de urgência”, indicou.

Anabela Oliveira reiterou que o hospital não consegue internar as pessoas que estão nas ambulâncias.

“Os doentes que estão nas ambulâncias são doentes que nós não conseguimos trazer para o serviço de urgência”, precisou.

A responsável falava no início da pré-triagem aos doentes para tentar evitar a acumulação de veículos, depois de dias de filas com dezenas de ambulâncias a aguardar nas urgências do Hospital de Santa Maria.

Segundo disse na quinta-feira Daniel Ferro, uma equipa do INEM, acompanhada por uma equipa da Proteção Civil, passará a fazer uma pré-triagem das situações e, se todos os casos que não justifiquem o acesso à urgência hospitalar serão enviados para o ACES de Sete Rios e de Odivelas.

Hoje de manhã, pelas 07:30, cerca de 30 ambulâncias estavam paradas à porta das urgências do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, disse à Lusa o vice-presidente da Sociedade Portuguesa de Emergência Pré-Hospitalar (SPEPH).

“Esta situação é inaceitável. Estão cerca de 30 ambulâncias à porta do hospital. Esta fila é para doentes covid ou suspeita de covid. Isto já ultrapassa aquilo que é aceitável em termos de dignidade. Um doente estar oito horas deitado numa maca não é fácil”, disse.

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