"Este inquérito concluiu pela existência de furto de máscaras de proteção", lê-se num comunicado enviado hoje à agência Lusa pela ULSNA, de que faz parte o Hospital de Santa Luzia, em Elvas.

A ULSNA, que instaurou o processo de inquérito no dia 02 deste mês, adianta que já “determinou dar conhecimento oficial” às entidades policiais e “reforçar” as medidas de segurança na unidade hospitalar raiana.

O vogal executivo do conselho de administração da ULSNA, Joaquim Araújo, admitiu à Lusa, na altura dos acontecimentos, que o desaparecimento das máscaras de proteção no serviço de Medicina do hospital poderá estar relacionado com o novo coronavírus (Covid-19).

“Esta situação poderá ter a ver com esta problemática [surto de Covid-19] e as pessoas, especialmente os funcionários, numa atitude defensiva, julgamos nós, tomam esta medida, mas só o inquérito eventualmente poderá esclarecer”, disse na altura.

Joaquim Araújo não quantificou o número de máscaras de proteção que desapareceram do serviço de Medicina do hospital.

No entanto, garantiu que a situação "não põe em perigo qualquer fornecimento aos serviços”, afastando a possibilidade de ser feito comércio com as máscaras.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.000 mortos.

Cerca de 114 mil pessoas foram infetadas em mais de uma centena de países e mais de 63 mil recuperaram.

Nos últimos dias, a Itália tornou-se o caso mais grave de epidemia fora da China, com 463 mortos e mais de 9.100 contaminados pelo novo coronavírus, que pode causar infeções respiratórias como pneumonia.

A quarentena imposta pelo governo italiano ao Norte do País foi alargada a toda a Itália.

O Governo português decidiu suspender todos os voos com destino ou origem nas zonas mais afetadas em Itália, recomendando também a suspensão de eventos em espaços abertos com mais de 5.000 pessoas.

Portugal regista 41 casos confirmados de infeção, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

A DGS comunicou também que em Portugal se atingiu um total de 375 casos suspeitos desde o início da epidemia, 83 dos quais ainda a aguardar resultados laboratoriais.

Face ao aumento de casos, o Governo ordenou a suspensão temporária de visitas em hospitais, lares e estabelecimentos prisionais na região Norte, até agora a mais afetada.

Foram também encerrados alguns estabelecimentos de ensino, sobretudo no Norte do País, assim como ginásios, bibliotecas, piscinas e cinemas.

Os residentes nos concelhos de Felgueiras e Lousada, no distrito do Porto, foram aconselhados a evitar deslocações desnecessárias.