Em resposta enviada à Lusa, o IPST, presidido por Maria Antónia Escoval, reconheceu também “uma redução” na reserva estratégica nacional de sangue, acompanhada de “uma diminuição de 22 por cento no número de colheitas realizadas”.
No entanto, o organismo público garantiu que as necessidades imediatas estão asseguradas.
“Neste momento, permite responder às necessidades, uma vez que a diminuição nas colheitas de sangue e componentes sanguíneos foi acompanhada de uma redução nos consumos devido ao adiamento de intervenções programadas nos hospitais”, referiu o IPST, salientando que “não é possível antever com exatidão a quebra até ao final de março”.
A reserva estratégica nacional de sangue contempla quatro níveis de alerta no seu plano de contingência: verde, amarelo, laranja e vermelho, sendo este último o mais grave ativado quando as reservas do país não forem além de três dias.
Por agora, o alerta amarelo levou já a um reforço de medidas do IPST.
“Envolve o reforço do envio de SMS [mensagens curtas via telemóvel] de convocatória de dadores ativos, o aumento da atividade da colheita de componentes por aférese, o reforço do planeamento das sessões de colheita com alargamento dos horários e o agendamento prévio com hora marcada, que permite não ter tantos dadores em simultâneo nos locais fixos de colheita, sendo um garante de segurança para profissionais de saúde e dadores”, adiantou.
Face à propagação do novo coronavírus, o IPST revelou também ter alterado as estratégias relativas à área de gestão do contacto com dadores e de planeamento das sessões móveis de colheita, que estão agora “interditas por razões de segurança, uma vez que não cumprem as condições de distanciamento e a existência de um espaço para isolamento”, como definido pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
“O plano de contingência prevê a implementação de medidas que, entre outras, têm em vista a mitigação do impacto da redução de dadores de sangue, a mitigação do risco de exposição dos profissionais e dadores ao SARS-CoV-2, e a mitigação do potencial risco de transmissão do vírus por transfusão sanguínea”, explicou o Conselho Diretivo do IPST nas respostas enviadas.
Paralelamente, o instituto público reiterou a segurança do seu protocolo que, além do questionário habitual, inclui “um reforço na pesquisa de antecedentes pessoais do dador, nas questões relacionadas com as viagens a áreas ou regiões com surto ou transmissão comunitária ativa” no atual contexto de pandemia.
“O distanciamento social e a quarentena voluntária não impedem a circulação de pessoas, nomeadamente, dirigirem-se a locais onde se realizam sessões de colheita de sangue e assim poderem contribuir para fazer face às necessidades de sangue e componentes sanguíneos”, sublinhou, sendo disso exemplo uma ação de recolha de sangue que decorreu hoje na Fundação Champalimaud, em Lisboa, com o IPST a considerar seguras iniciativas como esta.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 189 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram.
Em Portugal, a elevou hoje número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.
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