Cafôfo obteve 1.249 votos, indica o PS em comunicado, realçando que este sufrágio fortalece a sua liderança e promove "a coesão e a mobilização do partido" para as eleições legislativas regionais antecipadas de 23 de março.

Citado na nota, o socialista insiste que está pronto para governar a Madeira, defendendo que a "fórmula de governação do PSD e de Miguel Albuquerque está ultrapassada" e provocou instabilidade na região.

"Basta deste Governo que só propagandeia, mas que nada faz em benefício dos madeirenses. É tempo de mudar e de pôr as pessoas no centro das políticas públicas, é tempo de fazer, verdadeiramente, da Madeira uma terra que dê oportunidades aos seus", afirma.

Hoje foram também eleitos 300 delegados ao XXII Congresso Regional do PS/Madeira, que se realiza nos dias 22 e 23 de fevereiro.

A votação decorreu entre as 10:00 e as 22:00, em 17 locais distribuídos por todos os concelhos da região.

Segundo os socialistas, cerca de 2.000 militantes estavam aptos para votar.

Paulo Cafôfo decidiu avançar com a proposta de eleições internas depois de várias manifestações públicas nesse sentido por parte socialista madeirense Carlos Pereira, antigo líder da estrutura regional do PS/Madeira.

Logo após o anúncio do sufrágio, Carlos Pereira disse, em declarações ao Diário de Notícias, que não iria candidatar-se por o prazo anunciado ser um "jogo viciado".

Paulo Cafôfo, que foi reeleito presidente do PS/Madeira em 02 de dezembro de 2023, respondeu que Carlos Pereira "já sabia muito bem quais eram os prazos" e que as eleições internas são realizadas pelo calendário eleitoral, acusando o opositor de prejudicar o partido.

O Governo Regional minoritário do PSD foi derrubado em 17 de dezembro de 2024 com a aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega, que a justificou com as diferentes investigações judiciais envolvendo o chefe do executivo, Miguel Albuquerque, e quatro secretários regionais, todos constituídos arguidos. Entretanto, o inquérito de um deles - Eduardo Jesus, secretário de Economia, Turismo e Cultura - foi arquivado pelo Ministério Público.

A aprovação da moção de censura, inédita na Região Autónoma da Madeira, implicou, segundo o respetivo o Estatuto Político-Administrativo, a demissão do Governo Regional, constituído em 06 de junho do mesmo ano, que permanecerá em funções até à posse do novo executivo.

Face a esta situação política, e depois de convocar o Conselho de Estado, em 17 de janeiro, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou a dissolução do parlamento madeirense e convocação de novas eleições regionais antecipadas em 23 de março - o terceiro sufrágio em cerca de um ano e meio.