“Isto é tudo a desinformação, guerras comerciais”, declarou Miguel Albuquerque à margem da visita que efetuou hoje às obras de conservação e restauro dos tetos mudéjares da Catedral do Funchal.
O chefe do executivo madeirense de coligação PSD/CDS argumentou que “o resultado destas guerras comerciais é que o preço da vacina da Pfizer já aumentou”, considerando que “nada é inocente”.
O governante insular adiantou que a Madeira vai receber, em maio, “mais 45 mil vacinas da Pfizer” e sublinhou a importância de ser “desbloqueada a situação da vacina Janssen (grupo Johnson & Johnson)” porque a região deve “receber uma quantidade substancial em junho [dessa vacina] e podia [assim] acelerar a imunidade de grupo na Madeira”.
Questionado sobre a previsão do desanuviar das medidas restritivas em vigor na região, insistiu que as serão anunciadas na próxima segunda-feira, depois de o Governo Regional reunir com as autoridades de saúde do arquipélago.
“Vamos aliviar com o que temos [números]”, declarou Miguel Albuquerque, admitindo a possibilidade do alargamento do horário do recolher obrigatório [atualmente em vigor às 19:00 horas nos dias úteis e às 18:00 aos fins de semana e feriados], além de “medidas sobre o desporto e cultura, mas sempre com cautelas”.
O responsável insular realçou que, nestes casos, será sempre necessário “limitar o número ou percentagem de espetadores, garantir o distanciamento e a segurança”.
“Porque não podemos brincar, ainda temos próximo de 300 pessoas infetadas e é preciso ter cuidado para não termos regressões, sobretudo numa época em que temos de acompanhar a reabertura dos mercados turísticos para o verão”, salientou.
Por isso, Miguel Albuquerque reforçou que as medidas devem ser adotadas “de uma forma ponderada, razoável, levando em linha de conta aquilo que são as evidências” da situação epidemiológica do arquipélago.
O governante referiu que, apesar de os números apontaram para uma redução de infetados, de 300 para 288, no arquipélago, nas últimas 24 horas, e não haver internados nos cuidados intensivos, a situação “pode alterar-se de um momento para outro, porque essas pessoas infetadas são focos potenciais de propagação da doença”.
“A pandemia está entre nós. Está contida. Mas, temos esse número de infetados que não deixa de ser bastante substancial”, destacou.
De acordo com os últimos dados divulgados na terça-feira pela Direção Regional da Saúde, a Madeira registou 17 novos casos de infeção por SARS-CoV-2, todos de transmissão local, e 48 recuperações.
A região passa assim a contabilizar 8.774 casos confirmados de covid-19 desde 16 de março de 2020, 8.422 doentes recuperados e 71 óbitos associados à doença.
Miguel Albuquerque, que esteve acompanhado pelo secretário do Turismo e Cultura da Madeira, Eduardo Jesus, ainda desvalorizou a manifestação de cerca de uma dezena de profissionais da cultura que decorria naquela altura em frente à Sé do Funchal, que bateram palmas, gritaram “bravo” e “tudo ao molhe e fé em Deus”.
“Penso que estão aqui para aplaudir os trabalhos que o Governo Regional tem feito na salvaguarda do património cultural, o investimento fundamental que estamos a fazer aqui é uma obra decisiva na Catedral”, disse, acrescentando que também foi feita uma importante intervenção no Convento de Santa Clara.
“Fazem bem em apoiar a Cultura”, frisou.
Sobre as obras realizadas na Catedral do Funchal, mencionou que tem sido “desenvolvida em diversas fases”, desde a torre sineira, o altar-mor, todo o cadeiral e o retábulo, estando a ser ultimada a intervenção na nave sul e iniciada a “reabilitação e requalificação de rodo o teto da nave central”, um empreitada que representa um investimento de 1,160 milhões de euros.
“Também lançámos empreitada para toda a requalificação e iluminação desta catedral e estou muito satisfeito, porque é uma obra decisiva e muito importante na reafirmação e salvaguarda do nosso património edificado e, no caso, da Sé, que é monumento nacional e uma obra ligada à nossa história e da expansão portuguesa”, concluiu.
Comentários