“A partir do dia 01 [de fevereiro] foi dada ordem ao lar [que apoia 135 idosos] para suspenderem as visitas dos familiares e foram garantidas duas linhas diretas para que estes pudessem manter o contacto com os utentes através do Skype”, afirmou o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Macau, António José de Freitas.

O impacto do surto que já causou mortos e infetados na China continental levou também ao encerramento do centro de apoio a invisuais, que tem cerca de 80 utentes, e da creche, que acolhe mais de 250 crianças, outras das atividades sociais da instituição, asseguradas por mais de 180 funcionários.

Uma medida para “evitar a concentração de pessoas”, sublinhou.

Dos 180 trabalhadores, mais de duas centenas são trabalhadores não residentes, que passavam diariamente a fronteira para pernoitar na cidade vizinha chinesa de Zhuhai.

“Para evitar esse risco de contaminação, acomodámos os funcionários do lar em dois apartamentos vagos da Santa Casa da Misericórdia, devidamente equipados, para ficarem ali alojados, para proteção deles e dos utentes”, explicou.

Estas ações têm sido tomadas em sintonia com os apelos e determinações do Governo de Macau, acrescentou, aproveitando para elogiar “as medidas atempadas, pertinentes e eficazes ao nível da prevenção” tomadas pelo Executivo.

“Macau ganhou pontos ao reforçar a imagem de que este pequeno território funciona bem e que a população tem um elevado grau de educação cívica”, defendeu o responsável.

A Santa Casa da Misericórdia de Macau foi fundada em 1569 pelo bispo Belchior Carneiro e a sua história confunde-se com a do próprio território.

A instituição tem um orçamento superior a 70 milhões de patacas (8,1 milhões de euros), com uma despesa mensal em salários superior a três milhões de patacas (350 mil euros) e um subsídio governamental que “representa apenas cerca de 25%”, adiantou o provedor.

A obra social da Misericórdia em Macau abrange áreas como o apoio a deficientes, idosos e crianças e possui ainda uma loja social.

O coronavírus Covid-19 provocou 2.118 mortos na China continental e infetou mais de 75.000 pessoas a nível mundial.

A maioria dos casos ocorreu na China, onde o novo vírus foi detetado no final de 2019, na província de Hubei, a mais afetada pela epidemia.

Além de 2.118 mortos na China continental, morreram três pessoas no Japão, duas na região chinesa de Hong Kong, duas no Irão, uma nas Filipinas, uma em França e uma em Taiwan.