A notícia foi avançada esta terça-feira pelo Público, que confirmou a informação junto da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte).
Os números confirmados pela ARS-Norte colocam a taxa de letalidade nos 55%, acima da taxa verificada no lar de Reguengos, a situação mais grave do país, em que 80 dos 83 residentes ficaram infetados — embora a taxa de letalidade fosse de 20%.
O primeiro caso foi detetado no final de julho, sendo que em poucos dias a situação evoluiu e tornou-se num surto. Dos 109 residentes do lar, 29 testaram positivo ao novo coronavírus, assim como 19 funcionários (perfazendo 48 casos no total).
O Público avança que do universo de utentes infetados, 16 morreram no Hospital de Santo António, no espaço de um mês, embora todos sofressem de outras patologias.
A direção do lar Residências Montepio, sem adiantar o número de infetados ou de vítimas mortais, afirmou que "atualmente podemos informar que a situação respondeu positivamente às medidas apertadas de controlo e mitigação implementadas pela empresa, encontrando-se em fase de normalização, de acordo com os planos de contingência em vigor".
Já num comunicado conhecido esta tarde, a empresa avança que, apesar das medidas implementadas no âmbito da covid-19, na residência sénior do Montepio na Rua do Breiner, no Porto, morreram 16 residentes, que lá permaneciam "há mais de cinco anos".
Segundo a Residência Montepio, os 16 utentes apresentavam "várias comorbilidades", tais como, doenças cardiovasculares, patologias respiratórias crónicas, diabetes e elevado nível de dependência.
O comunicado surge no seguimento de uma notícia divulgada hoje pelo jornal Público que, tendo por base números disponibilizados pela Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, avançava que o surto de covid-19 provocou a morte de 16 pessoas, num universo de 48 infetados, dos quais 29 são utentes e 19 funcionários da instituição.
"O número de mortos nesta unidade do Porto é elevado face ao número de infetados, sendo a taxa de letalidade de 55%", refere o diário, mas a empresa contraria a percentagem, afirmando que a taxa de letalidade no lar do Porto situa-se nos 22%.
"Percentagem considerada baixa, atendendo à média de idades dos residentes - 90 anos", lê-se na missiva.
A instituição garante também ter enviado, periodicamente, informações atualizadas sobre a situação em causa à direção clínica do Centro Hospitalar do Porto e à Unidade de Saúde do Porto.
Quanto aos colaboradores que testaram positivo para a covid-19, a Residências Montepio avança que sete já se encontram recuperados e seis já retomaram funções, salientando que "nenhum colaborador foi hospitalizado".
"Todas as medidas de prevenção por contágio estão a ser continuamente implementadas e reforçadas na Residência Montepio Porto Breiner, assim como nas demais unidades residenciais", conclui a missiva.
Questionado pelos jornalistas sobre a notícia do Público, à margem da sessão de lançamento da aplicação 'Stayaway covid', o presidente da ARS-Norte, Carlos Nunes, recusou-se a prestar declarações.
A 10 de agosto, fonte oficial da ARS-Norte avançava à Lusa que o número de casos confirmados na residência sénior subia de 44 para 46 (34 utentes e 12 funcionários), e que havia 10 internados.
À época, a mesma fonte afirmava que o surto estava "controlado e a ser acompanhado pelas autoridades de saúde pública".
No dia 29 de julho, surgiu o registo do primeiro caso de infeção pelo novo coronavírus naquela residência sénior, tendo sido, "testados" todos os utentes e profissionais daquele lar, num total de 225 pessoas (109 utentes e 116 profissionais).
(Artigo atualizado às 18:33)
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