“A 28 de março, a mortalidade específica por covid-19 registou um valor de 28,0 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes, o que corresponde a um aumento de 11% relativamente ao período anterior” (25,3), avança o documento da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA).
Segundo o relatório, apesar da mortalidade por covid-19 revelar uma tendência estável durante a segunda quinzena de março, o valor de 28 óbitos é superior ao limiar de 20 mortes em 14 dias por um milhão de habitantes definido pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC) e que constitui uma das referências determinadas pelo Governo para o país passar para um nível sem restrições de controlo da pandemia.
Relativamente à pressão da pandemia sobre os serviços de saúde, a DGS e o INSA indicam que o número de doentes internados nas unidades de cuidados intensivos (UCI) com covid-19 corresponde a 24% do limiar definido como crítico de 255 camas ocupadas.
O número de doentes em UCI mantém uma tendência decrescente e os hospitais da região do Centro são que apresentam maior ocupação nessas unidades, mas ainda distantes do seu nível de alerta, refere o relatório.
Da análise dos diferentes indicadores, a “epidemia de covid-19 mantém uma transmissibilidade muito elevada, embora com ligeiro decréscimo”, adianta o documento, que salienta que o sistema de saúde apresenta capacidade para acomodar um aumento de procura por doentes infetados com o SARS-CoV-2.
“Deve ser mantida a vigilância da situação epidemiológica da covid-19 e recomenda-se a manutenção das medidas de proteção individual nos grupos de maior risco e a vacinação de reforço”, adiantam a DGS e o INSA.
De acordo com o relatório, a razão entre o número de pessoas internadas e infetadas foi de 0,13 com tendência estável, um valor que é inferior aos observados em ondas anteriores da pandemia, o que indica uma “menor gravidade da infeção do que a observada anteriormente”.
A linhagem BA.2 da variante Ómicron do SARS-CoV-2 continua “claramente dominante” em Portugal, com o INSA a estimar uma frequência relativa de 95% em 28 de março de 2022.
A covid-19 é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detetada pela primeira vez, em novembro, na África do Sul.
Portugal com 70.111 infeções e 148 mortes entre 22 e 28 de março
Portugal registou, entre 22 e 28 de março, 70.111 casos de infeção pelo coronavírus SARS-CoV-2, 148 mortes associadas à covid-19 e um ligeiro aumento de doentes internados, indicou hoje a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Segundo o boletim epidemiológico semanal da DGS, o número de casos confirmados de infeção desceu 5.169 em relação à semana anterior, registando-se, no entanto, um aumento de oito mortes na comparação entre os dois períodos.
Quanto à ocupação hospitalar em Portugal continental por covid-19, a DGS passou a divulgar às sextas-feiras os dados dos internamentos referentes à segunda-feira anterior à publicação do relatório.
Com base nesse critério, o boletim indica que, na última segunda-feira, estavam internadas 1.180 pessoas, mais 16 do que no mesmo dia da semana anterior, das quais 61 doentes em unidades de cuidados intensivos, menos três.
De acordo com os dados da DGS, a incidência a sete dias estava, na segunda-feira, nos 681 casos por 100 mil habitantes, tendo registado uma redução de 7% em relação à semana anterior, enquanto o índice de transmissibilidade (Rt) do coronavírus SARS-CoV-2 mantinha-se em 0,97.
Por regiões, Lisboa e Vale do Tejo registou um total de 26.739 casos entre 22 e 28 de março, menos 2.901 do que no período anterior, e 52 óbitos, mais seis.
A região Centro contabilizou 13.109 casos (menos 1.941) e 32 mortes (menos nove) e o Norte totalizou 13.899 casos de infeção, mais 551 do que na semana anterior, e 31 mortes, mais cinco.
No Alentejo foram registados 4.641 casos positivos (menos 594) e sete óbitos (menos quatro) e no Algarve verificaram-se 4.621 infeções pelo SARS-CoV-2 (menos 196) e 14 mortes (mais oito).
Quanto às regiões autónomas, os Açores tiveram 2.363 novos contágios entre 22 e 28 de março (mais 140) e uma morte (menos duas), enquanto a Madeira registou 4.739 casos nesses sete dias (menos 228) e 11 mortes (mais quatro).
De acordo com a DGS, a faixa etária entre os 40 e os 49 anos foi a que apresentou maior número de casos a sete dias (11.878), seguida das pessoas entre os 30 e os 39 anos (9.671), enquanto os idosos com mais de 80 anos foram o grupo com menos infeções (4.473).
Dos internamentos totais, 532 foram de idosos com mais de 80 anos, seguindo-se a faixa etária dos 70 aos 79 anos (247) e dos 60 aos 69 anos (169).
A DGS contabilizou ainda 24 internamentos no grupo etário das crianças até aos nove anos, 15 dos 10 aos 19 anos, 13 dos 20 aos 29 anos, 34 dos 30 aos 39 anos, 52 dos 40 aos 49 anos e 65 dos 50 aos 59 anos.
O boletim refere também que, nestes sete dias, morreram 119 idosos com mais de 80 anos, 19 pessoas entre os 70 e 79 anos, seis entre os 60 e 69 anos, três entre os 50 e 59 anos e uma entre os 40 e 49 anos.
Relativamente à vacinação contra a covid-19, o boletim adianta que 100% dos grupos etários das pessoas com mais de 80 anos, entre 65 e 79 anos e entre os 50 e 64 anos têm a vacinação completa contra a covid-19.
Quanto à dose de reforço da imunização contra o SARS-CoV-2, 95% dos idosos com mais de 80 anos já a recebeu, assim como 96% das pessoas entre os 65 e 79 anos, 83% entre os 50 e 64 anos, 57% entre os 25 e os 49 anos e 42% entre os 18 e 24 anos.
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