Entre 04 e 10 de março deste ano, segundo dados da plataforma Our World in Data, registou-se uma média diária de 74 novos contágios por milhão de habitantes, que contrasta com a média de 21 verificada entre 28 de abril e 04 de maio de 2020, data em que começaram a ser aligeiradas as medidas de contenção.
Os números atuais estão em linha com os do pico da primeira vaga da pandemia de covid-19 no país, quando foi contabilizada uma média de 78 novos casos por milhão de habitantes por dia entre 04 e 10 de abril de 2020, em pleno período de confinamento.
Portugal tinha então cerca de 15 mil casos confirmados de infeção — hoje são mais de 800 mil — e estava-se a quase oito meses do arranque do plano de vacinação, ao abrigo do qual, desde 27 de dezembro, foi administrada a primeira dose a mais de 700 mil pessoas, das quais perto de 300 mil, cerca de 3% da população, já receberam a segunda.
Os valores atuais estão, no entanto, muito abaixo do pico da vaga atual, que se registou no período entre 22 e 28 de janeiro, durante a qual houve uma média de 1.264 novos casos diários por milhão de habitantes e Portugal encabeçava a lista mundial, já depois de iniciada a nova fase de confinamento, em 15 de janeiro.
De 28 de janeiro até 10 de março, os efeitos das restrições fizeram-se sentir na média de novos casos diários em períodos de sete dias, que caiu 94%, o maior decréscimo verificado entre os 27 Estados-membros da União Europeia, segundo o portal ourworldindata.org, que resulta da colaboração entre investigadores da Universidade de Oxford, do Reino Unido, e a organização sem fins lucrativos Global Change Data Lab.
Simultaneamente, o risco de transmissibilidade (Rt) do vírus anunciado no dia 08 de março pelo epidemiologista Baltazar Nunes, na apresentação da situação em Portugal, era de 0,77, valor inferior ao de 0,92 do período de 23 a 27 de abril do ano passado, que antecedeu o início do primeiro desconfinamento.
Este valor pode, no entanto, ter subido entretanto para os mesmos 0,9, segundo o líder do PSD, Rui Rio, que disse ter recebido esta informação do Presidente da República, durante uma audiência realizada na quarta-feira, a propósito da renovação do estado de emergência.
Na mesma sessão de apresentação da situação em Portugal, o matemático Óscar Felgueiras defendeu que o nível de incidência cumulativo a 14 dias deve estar abaixo de 60 casos por 100 mil habitantes para que se possa atingir alguma estabilidade no aliviar as medidas de confinamento, mas o valor atual ronda os 110.
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