“Já há por semana um aumento declarado e evidente de testes e há outra alteração é que, a partir de agora, cerca de 61% destes testes, cerca de 40 mil, são testes de antigénio”, afirmou Fernando Almeida numa audição conjunta na comissão parlamentar de Saúde e na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19.

Segundo o coordenador da ‘task-force’ para a promoção do Plano de Operacionalização da Estratégia de Testagem em Portugal, trata-se de “uma mudança científica, uma mudança logística, e uma mudança financeira”, porque, afirmou, “estes testes são incomensuravelmente muito mais baratos do que os PCR [testes moleculares]”.

“É uma ferramenta muito mais favorável em termos de preço e de facilidade”, mas, ressalvou, há critérios que, perante um teste de antigénio positivo, impõem fazer um teste confirmatório PCR.

Fernando Almeida observou que o maior número de testes foi registado no dia 22 de janeiro deste ano, no pico da terceira vaga da pandemia, 77.000, uma média de 52.911 testes por dia, com uma taxa de positividade de 20,2%.

Dados das autoridades de saúde indicam que, em fevereiro, o maior número de testes foi realizado no dia 02 (57.995), uma média de 32.682 por dia, registando uma taxa de positividade de 16,9%.

Em março, o pico de testes foi alcançado no dia 19, uma média de 27.939 por dia e uma taxa de positividade de 1%.

Na segunda-feira, 19 de abril, foram feitos 64.682 testes, uma média de 39.439 por dia, com a taxa de positividade a manter-se no 1%, sendo que 61% do total dos testes eram de antigénio.

“Neste momento [a taxa de positividade é de 1% e é aqui que nós nos devemos focar”, disse o também presidente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) em resposta ao deputado do Bloco de Esquerda Moisés Ferreira que questionou o porquê da diminuição da testagem.

Sobre esta questão, Fernando Almeida apontou que a diminuição da realização de testes se deveu à melhoria da situação epidemiológica no país.

O Plano de promoção da operacionalização da estratégia de testagem em Portugal, divulgado na terça-feira, assenta em três eixos, "testagem dirigida, programada e generalizada", e pretende contribuir para o controlo da epidemia da covid-19 no país.

"Todos os testes devem ser realizados e interpretados de acordo com uma finalidade de diagnóstico ou de rastreio, tendo por base uma análise de risco que permita identificar, precocemente, os casos e minimizar o risco de transmissão na comunidade", refere o plano.