Em comunicado hoje divulgado, a Ordem dos Enfermeiros (OE) lembra o “crescente número de profissionais infetados” pelo coronavírus que provoca a doença covid-19 e que há relatos que dão conta da existência de profissionais a aguardar mais de quatro dias após terem estado expostos a doentes positivos e pede “a massificação dos testes aos profissionais de saúde, sob pena de, em pouco tempo, não haver recursos humanos em condições de prestar cuidados de saúde”.
“A OE sugere que estes testes sejam realizados, primeiramente e de forma periódica aos profissionais que se encontram em funções nas áreas mais críticas, como os lares, centros de diagnóstico pneumológico, serviços de urgência, serviços de infecciologia e de cuidados intensivos e áreas dedicadas COVID-19”, lê-se na nota.
Recomenda igualmente que sejam realizados testes às equipas de profissionais que fazem a rotação de descanso no dia imediatamente anterior ao do seu regresso ao serviço, “o que permitiria reduzir o risco de transmissão a outros profissionais e doentes”.
A OE adianta que também hoje “solicitou à tutela que seja emitida orientação urgente relativa ao correto manuseamento e higienização das fardas usadas, face às inúmeras exposições recebidas sobre este assunto, que dão conta da inexistência de um espaço próprio para o efeito nas unidades de saúde”.
Segundo o comunicado, muitos enfermeiros reportaram à OE a obrigatoriedade de higienização em casa ou o armazenamento para o turno seguinte nos mesmos cacifos em que guardam a sua roupa, “procedimentos estes que devem ser rejeitados”.
“Importa reiterar junto das unidades de saúde a necessidade de disponibilizar fardas únicas ou descartáveis, assegurando o seu correto manuseamento e higienização, devendo toda a roupa usada ser considerada contaminada e manuseada com a menor agitação possível”, defende a Ordem dos Enfermeiros.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 480 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 22.000.
Em Portugal, já foram registadas 60 mortes e 2.544 infeções, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde.
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