Numa nota do vereador da Câmara de Lisboa responsável pelo pelouro da Educação e da Ação Social, Manuel Grilo (BE, partido que tem um acordo de governação da cidade com o PS), é referido que o município, em coordenação com as juntas de freguesia, irá garantir “refeições diárias e de qualidade” aos alunos beneficiários de ação social escolar.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou na quinta-feira que as creches e escolas do ensino básico ao superior vão suspender todas as atividades letivas presenciais a partir de segunda-feira, para tentar conter o surto de Covid-19. A medida será reavaliada em 09 de abril.

De acordo com o comunicado do gabinete do vereador Manuel Grilo, alguns refeitórios dos estabelecimentos de ensino do concelho irão manter-se em funcionamento para que os encarregados de educação de alunos dos escalões A e B possam levantar as refeições.

A refeição será “completa e em formato unidose transportável, por motivos de higiene e segurança no contexto atual”, é referido, acrescentando-se que a medida será revista e ajustada conforme a evolução da situação.

“Neste contexto de pandemia, não podemos deixar ninguém para trás. É muito importante poder garantir que todas as crianças do escalão A e B das escolas públicas de Lisboa continuarão a poder fazer as suas refeições, ao pequeno-almoço como ao almoço e ao lanche”, salienta Manuel Grilo, citado no comunicado.

“A escola cumpre, além da função educativa, uma função social que estrutura comunidades inteiras. A nossa responsabilidade exige-nos dar essa garantia: a câmara garante que as refeições continuam a ser distribuídas”, refere.

Contactadas pela Lusa, a Câmara de Tavira, distrito de Faro, disse que ir manter o apoio aos alunos referenciados através do Programa Municipal de Apoio à Família com as cantinas sociais.

O município de Olhão (Faro) deixou de prestar o serviço de auxílio aos alunos por ter deixado de haver procura.

O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.300 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.

O número de infetados ultrapassou as 140 mil pessoas, com casos registados em mais de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 112 casos confirmados.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (34), ao passar de 78 para 112, dos quais 107 estão internados.

A região Norte continua a ter o maior número de casos confirmados (53), seguida da Grande Lisboa, cujo registo duplicou para 46, enquanto as regiões Centro e do Algarve têm cada uma seis casos confirmados. Além destas há um caso assinalado pela DGS no estrangeiro.

O boletim epidemiológico assinala também que, desde o início da epidemia, a DGS registou 1.308 casos suspeitos (mais de o dobro em relação a quinta-feira) e mantém 5.674 contactos em vigilância.

Na quinta-feira, o Governo anunciou que as escolas de todos os graus de ensino vão suspender todas as atividades letivas presenciais a partir de segunda-feira, devido ao surto de Covid-19. Várias universidades e outras escolas já tinham decidido suspender as atividades letivas.

O Governo decidiu também declarar o estado de alerta em todo o país, colocando os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.

A restrição de funcionamento de discotecas e similares, a proibição do desembarque de passageiros de navios de cruzeiro, exceto dos residentes em Portugal, a suspensão de visitas a lares em todo o território nacional e o estabelecimento de limitações de frequência nos centros comerciais e supermercados para assegurar possibilidade de manter distância de segurança foram outras das medidas aprovadas.