A denúncia partiu da própria Comissão Europeia, segundo o jornal italiano La Stampa, que avançou com a notícia. As autoridades italianas inspecionaram a seu pedido uma fábrica em Anagni, perto de Roma, durante o fim de semana, tendo encontrado no armazém 29 milhões de doses de vacinas.

Em resposta, a AstraZeneca afirmou esta quarta-feira que as vacinas encontradas tinham como destino a União Europeia e a doações a países mais pobres através do programa Covax co-liderado pela OMS, de acordo com a agência Reuters.

A intenção da Comissão Europeia é saber para que país a AstraZeneca planeava entregar as vacinas, uma vez que a farmacêutica só entregou parte das 90 milhões de doses encomendas pela União Europeia (UE) — que continua ser saber como agir para entregar as doses que faltam.

A relação da UE em relação à empresa anglo-sueca adensa, já que esta empresa reduziu o fornecimento à UE até ao final de junho para 100 milhões, dos 300 milhões previstos no contrato. As 29 milhões de doses encontradas seriam suficientes para vacinar 14,5 milhões de pessoas.

A notícia surge no dia em que a Comissão Europeia decidiu reforçar o mecanismo de autorização de exportações de vacinas contra a covid-19 para fora da União Europeia (UE), introduzindo os princípios da reciprocidade e da proporcionalidade e abrangendo 17 países anteriormente isentos.

Em concreto, o novo regulamento sobre este mecanismo, hoje aprovado pelo colégio de comissários, prevê que na avaliação do impacto de uma planeada exportação de fabricantes de vacinas com as quais a Comissão Europeia tem acordos de compra antecipada para a UE tenha em conta o princípio da reciprocidade, isto é, se o país de destino restringe as suas próprias exportações de vacinas ou das suas matérias-primas.