Em nota enviada às redações, o Ministério da Saúde refere que "já foram administradas, em Portugal continental, cerca de 12,1 milhões de vacinas, que permitiram vacinar, com pelo menos uma dose, mais de 6,9 milhões de pessoas, das quais à volta de 6,2 milhões já têm o esquema vacinal completo".
A meta foi atingida na semana anterior à prevista, uma vez que o vice-almirante Gouveia e Melo tinha apontado o período entre 9 a 15 de agosto para alcançar este resultado.
De acordo com a nota, exclusivamente no que diz respeito "à população com 16 ou mais anos em Portugal continental, estima-se que já cerca de 82% tenha iniciado o seu esquema vacinal, sendo que, destes, 75% já terão a vacinação completa".
O Ministério da Saúde refere ainda que "o ritmo de vacinação das duas últimas semanas tem-se mantido elevado, com uma média acima das 80 mil vacinas administradas por dia e prevê-se que este ritmo possa vir a ser acelerado durante o mês de agosto, graças a uma maior disponibilidade de vacinas, resultado dos esforços de negociação do Governo Português", o que já tinha sido anunciado ontem pelo vice-almirante Gouveia e Melo.
"Assim, cumprindo-se as expectativas relativas ao calendário previsto de entregas em território nacional, deverão chegar quase 3 milhões de vacinas até ao final deste mês", afirma a nota.
Nas últimas 24 horas, Portugal registou mais 18 mortes e 2.377 novos casos de covid-19, segundo o boletim divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
Lacerda Sales considera a meta "um motivo de enorme esperança e confiança no futuro"
Em declarações aos jornalistas, António Lacerda Sales, secretário de Estado adjunto e da Saúde, que se encontra em visita à unidade de Medicina Intensiva do hospital da Guarda, destacou o feito: "Atingimos hoje, em Portugal Continental, 70% da população vacinada com primeiras doses e 60,5% da população com segundas doses. Este é um motivo de enorme esperança e confiança no futuro. Acima de tudo quer agradecer hoje a povo português a sua maturidade cívica, pela forma como encara a sua proteção e proteção dos outros também".
Lacerda Sales deixou ainda um agradecimento "a todos aqueles que estão envolvidos no processo de vacinação, desde a coordenação da task force aos profissionais de saúde".
Sobre uma eventual terceira dose, reiterou as informações já transmitidas hoje de que "essa hipótese ainda não está sobre a mesa", acrescentando que "não devemos por isso abrir expectativas" e que é necessária "robustez científica e dados devidamente consolidados". "Só depois poderemos ouvir os nossos organismos técnicos, nomeadamente a Direção-Geral da Saúde e depois, em conformidade com as decisões tomadas pelo órgão técnico, poderemos planear e atuar".
Ainda sobre a questão de uma terceira dose e da imunidade em idosos, além da eventual necessidade de "testes de imunidade", devido aos recentes surtos verificados em lares, mesmo com alguma hesitação na resposta por se tratar de uma "matéria extremamente técnica", Lacerda Sales relembrou que "há vários tipos de imunidade e que a imunidade também tem memória, nomeadamente a linfócitos t - células que têm memória imunitária - e, portanto, os testes serológicos, só por si, e existência de anticorpos pode não significar que a pessoa tem [ou não] imunidade. A pessoa pode não apresentar anticorpos por via dos testes serológicos e pode ter essa imunidade de memória. Há aqui aspetos técnicos que devem ser avaliados".
Informação sobre vacinas produzidas na Índia pode estar para breve
O Secretario de Estado Adjunto e da Saúde afirmou hoje que será divulgada em breve informação sobre o reconhecimento de vacinas produzidas na Índia, apesar de não querer antecipar essa decisão.
“Muito em breve sairá informação da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Infarmed, que é o órgão regulador. Não me quero antecipar a essa decisão, mas perspetivamos que será com certeza uma decisão muito favorável relativamente a essa matéria”, disse António Lacerda Sales a jornalistas após uma visita às instalações do Pavilhão 5 do Hospital Sousa Martins, na Guarda.
Lacerda Sales abordou ainda a questão da vacinação, ou não, dos jovens entre os 12 e os 15 anos e disse que, se for o caso, o Governo estará preparado para avançar.
“Estamos preparados para poder vacinar as crianças dos 12 aos 15 anos, saudáveis, se for essa a decisão da Direção-Geral da Saúde (DGS) ainda antes do arranque do ano letivo. Assim venha mais rapidamente possível essa decisão e se for essa decisão”, sustentou.
Confrontado com a alegada divergência entre a DGS e o Presidente da República sobre o assunto, o governante disse que não comenta as considerações de órgãos de soberania e, nomeadamente, as declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa,” com quem o Governo tem uma excelente relação”.
“O que eu interpretei das palavras do senhor Presidente da República foi uma enorme convergência em relação aquilo que estamos a fazer, isto é, ganhar algum tempo para tomarmos uma decisão baseada numa robustez científica e em dados consolidados com maior amplitude”, frisou.
Lacerda Sales sublinhou ainda que o Presidente da República, tal como todos os portugueses, “o que quer é ver o maior número de população vacinada no menos tempo possível. Portanto não podíamos estar mais em convergência com o Presidente da República”, concluiu.
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