Portugal regista hoje 1.447 mortes relacionadas com a covid-19, mais 11 do que na terça-feira, e 33.261 infetados, mais 366, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.
Em comparação com os dados de terça-feira, em que se registavam 1.436 mortos, hoje constatou-se um aumento de óbitos de 0,8%. Já os casos de infeção subiram 1,1%.
Na Região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se tem registado maior número de surtos, há mais 335 casos de infeção (+2,9%).
O número de recuperados subiu, são mais 210 do que ontem, num total de 20.079.
"Não perdemos ventiladores"
Ainda antes de serem abertas as perguntas aos jornalistas na habitual conferência de imprensa diária da Direção-Geral da Saúde, António Lacerda Sales aproveitou o momento inicial de apresentação dos novos dados da pandemia para contrariar a primeira página do Correio da Manhã desta quarta-feira, que dá conta de 887 ventiladores comprados à China e retido em território chinês, sendo que 443 já estarão na embaixada portuguesa em Pequim.
Lacerda Sales revelou que esta manhã chegaram a Portugal 108 ventiladores e anunciou que até ao próximo sábado chegarão mais 335 em voos sequenciais.
“Estes 443 ventiladores que se encontravam na embaixada de Portugal em Pequim juntam-se assim aos 264 que já estão em território nacional, o que faz com que sejam 707 equipamentos no total, ou seja, 61% do total das compras efetuadas pelo Estado à China”, esclareceu.
O secretário de Estado da Saúde sublinhou ainda que foram adquiridos 1.151 aparelhos de forma a duplicar a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde, algo que classifica como "um grande reforço da capacidade de resposta, que será útil para o futuro e para uma eventual segunda vaga da pandemia”.
"Não só não temos ventiladores perdidos como também não perdemos o rumo da nossa estratégia de combate à pandemia”, sentenciou.
"Hoje é o grande dia da prova de civismo que temos de dar"
Em dia de regresso do campeonato nacional de futebol, Graça Freitas voltou a ser questionada sobre o tema na conferência de imprensa, especialmente no que diz respeito à ausência de público nos estádios quando, em contrapartida, os espetáculos estão autorizados a ter assistência.
A diretora-geral da Saúde explicou que, na essência, são duas decisões tomadas em tempos diferentes, com realidades epidemiológicas diferentes. Dessa forma aplicou-se o "princípio de precaução" o que faz com que "os jogos de futebol não tenham público". "Mas isso pode mudar”, assume.
Em relação aos primeiros jogos da 15.ª jornada que acontecem esta quarta-feira, Graça Freitas disse ainda que “hoje é o grande dia da prova de civismo que temos de dar”. A diretora-geral voltou a reforçar que foi “muito importante” para o país retomar a liga de futebol e que “hoje está nas mãos de todos que a jornada corra de forma tranquila e sem riscos para a saúde pública”.
Cerca de seis mil trabalhadores de empresas da zona de Lisboa vão ser testados hoje
“Neste momento, há um plano de testagem em empresas da Grande Lisboa, a maioria na zona da Azambuja, tendo sido colhidas amostras em algumas dessas empresas, outras estão a acontecer durante o dia de hoje e as restantes com agendamento nos próximos dias”, afirmou António Lacerda Sales na conferência de imprensa, em Lisboa, para atualizar a informação relativa à covid-19.
De acordo com o secretário de Estado, até ao momento foram feitas mais de 3.800 colheitas para análise, das quais 2.800 realizadas pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e mil pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT).
“Do universo de 18.100 trabalhadores, cerca de 6.000 farão testes hoje”, precisou.
Desde 01 de março, foram realizados mais de 860.000 testes de diagnóstico de covid-19 em Portugal, segundo o governante.
“No mês de abril, foi feita uma média de cerca de 11.500 testes por dia. Em maio, a média foi de 13.550 testes por dia e, na última semana, ronda os 13.500 testes/dia”, acrescentou.
Até à data, e relativamente apenas a hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o Norte foi a região onde foram feitos mais testes (40%), seguido da Região de Lisboa e Vale do Tejo (25%). A região centro efetuou 14% dos testes, sendo os restantes testes distribuídos pelas diferentes regiões do país.
Região de Lisboa e Vale do Tejo com 91,5% dos novos casos divulgados
Lisboa e Vale do Tejo (LVT) continua hoje a região com mais novos casos de infeção pelo novo coronavírus, com 91,5% dos 366 casos reportados no país, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).
Na terça-feira, LVT tinha 81,02% dos 195 novos casos reportados.
De acordo com o boletim hoje divulgado, no último dia foram registados 11 óbitos, para um total de 1.447 desde o início da contagem em Portugal, 10 dos quais na região de Lisboa e um na do Norte, revelou a DGS.
Relativamente aos dados divulgados na terça-feira, LVT regista 335 novos casos, para um total de 11.493, o Norte, com 15 novos casos, representa 4,87% dos novos infetados, para um total de 16.804, o Centro, com 11, representa 3%, para 3.765, e o Algarve 1,09%, com quatro novos casos, para 372.
Não foram verificados novos casos no Alentejo, que se mantém com 260 infetados, e nos Açores existiu mais um infetado (0,27%) do que no dia anterior, apresentando agora um total de 138.
A Madeira, que no boletim de terça-feira apresentava um total de 91 infetados, hoje apresenta 90, porque um caso divulgado na terça-feira foi hoje atribuído à zona Centro.
De acordo com a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, trata-se de um caso de dupla residência, um jovem da Madeira, mas que estuda no continente. Inicialmente, a Madeira considerou o caso um infetado na Madeira, importado do Continente, mas hoje decidiu reportar o caso ao local onde verdadeiramente reside.
O boletim ao detalhe
Segundo os dados da Direção-Geral da Saúde, 735 vítimas mortais são mulheres e 712 são homens.
Das mortes registadas, 975 tinham mais de 80 anos, 278 tinham entre os 70 e os 79 anos, 128 tinham entre os 60 e 69 anos, 46 entre 50 e 59, 17 entre os 40 e os 49. Há duas mortes registadas entre os 20 e os 29 anos e uma na faixa etária entre os 30 e os 39 anos.
A caracterização clínica dos casos confirmados indica que 428 doentes estão internados em hospitais, menos quatro do que na terça-feira (-0,9%), dos quais 56 em Unidades de Cuidados Intensivos, menos dois (-3,6%).
A recuperar em casa estão 11.307 pessoas.
Os dados da DGS precisam que o concelho de Lisboa é o que regista o maior número de casos de infeção pelo novo coronavírus (2.486), seguido por Vila Nova de Gaia (1.580), Sintra (1.400), Porto (1.361), Matosinhos (1.285), Braga (1.228) e Gondomar (1.086).
Desde o dia 01 de janeiro, registaram-se 331.094 casos suspeitos, dos quais 1.944 aguardam resultado dos testes.
Há 295.889 casos em que o resultado dos testes foi negativo.
A DGS regista também 28.093 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.
Do total de infetados, 19.070 são mulheres e 14.191 são homens.
A faixa etária mais afetada pela doença é a dos 40 aos 49 anos (5.576), seguida da faixa dos 50 aos 59 anos (5.455) e das pessoas com idades entre os 30 e os 39 anos (5.051).
Há ainda 4.615 doentes acima dos 80 anos, 4.451 com idades entre os 20 e os 29 anos, 3.600 entre os 60 e 69 anos e 2.649 entre 70 e 79 anos.
A DGS regista igualmente 724 casos de crianças até aos nove anos e 1.140 jovens com idades entre os 10 e os 19 anos.
De acordo com a DGS, 39% dos doentes positivos ao novo coronavírus apresentam como sintomas tosse, 29% febre, 21% dores musculares, 20% cefaleia, 15% fraqueza generalizada e 11% dificuldade respiratória.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 380 mil mortos e infetou quase 6,4 milhões de pessoas em todo o mundo.
Mais de 2,7 milhões de doentes foram considerados curados pelas autoridades de saúde.
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