“Isto é preciso ser feito com antecipação, para tranquilizar estas pessoas e dar-lhes um horizonte de segurança. Este plano de desconfinamento tem de ser calendarizado, deve ter duração prevista de pelo menos três meses, até ao início do verão”, disse Francisco Rodrigues dos Santos, no final de uma reunião com o provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, António Tavares, e de uma visita ao Hospital de Prelada.
Em declarações aos jornalistas, considerou que “o Governo deixou a vida de milhões de portugueses em suspenso e está a gerir esta pandemia ao sabor do improviso" e "não tem capacidade de planeamento, revela erros na antecipação dos acontecimentos e não tem evidenciado nenhuma visão de previsão daquilo que pode vir acontecer”.
Francisco Rodrigues dos Santos defendeu que “as escolas deviam retomar o ensino presencial dos alunos até aos 12 anos, porque, de acordo com os especialistas, não existem riscos acrescidos de saúde pública, dado que a taxa de transmissibilidade do vírus é baixíssima, garantindo assim que os alunos não percam aprendizagens por ter um ensino à distância e por o Governo não ter cumprido a promessa de entregar um computador a todos os estudantes no início do ano letivo”.
Defendeu ainda o retomar, com “regras objetivas”, de atividades como “cabeleireiros, barbeiros e esteticistas”, por disponibilizarem “uma serie de cuidados de bem estar fundamentais e que interferem também na própria saúde mental das pessoas”.
“Este tipo de profissões e de setores devem retomar, de forma progressiva, a sua atividade, respeitando regras no contacto físico, mas o fundamental é que haja uma noção para futuro daquilo que vai acontecer ao país, para que Portugal não continue a navegar à vista e o Governo continue a cometer os erros do passado, mostrando que não competências para evitar a catástrofe que foi o primeiro desconfinamento”, frisou.
Considerou ainda que “o que não pode acontecer é as pessoas estarem proibidas de exercer as suas profissões e, ao mesmo tempo, não receberem uma justa compensação pelo facto de estarem paradas”.
Francisco Rodrigues dos Santos lembrou ainda que “Portugal apresenta hoje o maior número de mortalidade dos últimos 70 anos.
“Isto é grave”, afirmou, considerando que “ao ministro da saúde exige-se que seja um ministro do sistema de saúde e não apenas um ministro do Serviço Nacional de Saúde (SNS), garantindo um exame, uma consulta, uma cirurgia no setor social e particular a todos os portugueses que esperam e desesperam por tratamentos médicos e que estão a morrer à porta do SNS porque não têm esses cuidados”.
Essa oferta, disse o líder do CDS, “deve ser dada através desse sistema complementar que é aberto ao sistema social e particular e que é pago pelo Estado, oferecendo consulta, exame ou cirurgia a todos os doentes não covid que precisam e que estão a ser ignorados, numa total desumanidade, por parte deste Governo”.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.593.872 mortos no mundo, resultantes de mais de 116,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 16.540 pessoas dos 810.094 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
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