A plataforma de sindicatos de professores, hoje reunida em Lisboa, defendeu que, em termos de educação, as escolas deveriam fechar já, mas que em termos de saúde pública têm de ser as autoridades competentes a tomar a decisão.

A plataforma, que engloba 10 estruturas sindicais de professores, reuniu-se hoje em Lisboa para tomar uma posição conjunta contra a falta de resposta do ministro da Educação relativa aos problemas da classe e decretar algumas formas de luta, mas decidiu suspender os protestos face ao surto de Covid- 19 e às preocupações com a saúde pública.

Contudo, Mário Nogueira, porta-voz da plataforma e secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), anunciou que vão avançar com uma queixa na Organização Internacional do Trabalho (OIT) contra o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, por ausência de diálogo e negociação, por ignorar os sindicatos em questões em que a lei obriga a que sejam ouvidos, e outras queixas judiciais que não especificou.

Mário Nogueira afirmou que neste momento o mais importante é tratar do combate à Covid- 19 e evitar mortes entre professores, alunos e funcionários das escolas, sublinhando que “do lado de lá da barreira está apenas o vírus” e apelou para o bom senso dos jovens para que, não havendo aulas, tenham comportamentos de prevenção para não aumentar o risco de contágio.

O dirigente sindical lamentou que o ministro não tenha ouvido as estruturas sobre o problema desta pandemia e afastou a hipótese de se antecipar as férias da Páscoa para tentar resolver este problema, insistindo que tem de ser decretado o encerramento que deixe clara a necessidade de isolamento profilático dos alunos.

O porta-voz da plataforma vincou a falta de diálogo do ministro Tiago Brandão Rodrigues, com quem tiveram uma reunião a 20 de janeiro passado, na qual o governante afirmou de início que “não era negocial”, avisado que as reuniões subsequentes seria com os secretários de Estado, mas que desde então nenhuma reunião foi marcada.

Mário Nogueira criticou que o Governo tenha aprovado e mandado publicar em boletim oficial na passada segunda-feira um despacho que faz progredir cerca de seis mil docentes ao 5.º e 7.º escalão sem fala com os sindicatos, como a lei define, e tenha deixado de fora mais de 3.000 outros, que tiveram avaliação positiva.

Contudo, este assunto e formas de luta como uma manifestação nacional, acompanhada de greve, ficaram para serem debatidas numa nova reunião da plataforma a realizar em 14 de abril, sendo a preocupação agora com o novo coronavírus e a sua propagação nas escolas.

O sindicalista afirmou que o encerramento vai ter de acontecer, mas que a data deve ser determinada pelas autoridades de saúde.

A plataforma salienta que o fecho das escolas é uma questão de saúde pública e que os alunos têm de perceber isso e não terem comportamentos de mobilidade que possam contribuir para contaminações, como irem para a praia, cafés e convívios.

Nesse sentido, a plataforma apela ao bom senso dos jovens e dos seus familiares para estes comportamentos de risco.

[Notícia atualizada às 19h21]