“O principal problema, objetivamente, é a falta de ação do Governo e da Câmara Municipal [Odemira], que andam a pôr pessoas contra pessoas, agricultores contra o turismo, todos contra todos, para esconder a sua própria incompetência”, acusou.

A deputada falava aos jornalistas no final de uma reunião com empresários ligados ao setor agrícola e também do turismo, que decorreu hoje num hotel em Vila Nova de Milfontes (Odemira) para avaliar a situação em que se encontra o concelho.

“O que falta aqui é boa gestão territorial que consiga arranjar uma solução integrada para compatibilizar ambiente, turismo e toda a atividade económica, agricultura fundamentalmente”, defendeu.

Para a deputada social-democrata, “é possível uma solução integrada” no maior concelho do país: “só não há porque nada foi feito”, realçou, apontando para os vários alertas deixados pelo PSD “desde 2019” na “Assembleia Nacional e o pelo PSD local”.

Duas freguesias do concelho de Odemira (São Teotónio e Longueira/ Almograve) estão em cerca sanitária por causa da elevada incidência de covid-19 entre os imigrantes que trabalham na agricultura e que vivem em condições precárias.

Na quinta-feira, em conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, o primeiro-ministro, António Costa, sublinhou que "alguma população vive em situações de insalubridade habitacional inadmissível, com hipersobrelotação das habitações", relatando situações de "risco enorme para a saúde pública, para além de uma violação gritante dos direitos humanos".

Questionada pelos jornalistas sobre a falta de resposta para transferir doentes com covid-19 para outros locais, seis dias depois da cerca sanitária ter sido decretada pelo Governo em duas freguesias do concelho, Filipa Roseta respondeu concluiu que se trata de "incompetência”.

“Temos um problema grave de incompetência. Isto era uma desgraça anunciada há muito tempo. Se as pessoas tiverem o trabalho de ver todas as ações que foram feitas no parlamento e na assembleia municipal percebem que é um tema que tem estado na agenda há muito tempo”, afirmou.

Para a deputada, que na reunião esteve acompanhada pelo líder parlamentar do PSD, Adão Silva, do vice-presidente da bancada Afonso Oliveira e dos deputados João Marques e Nuno Carvalho, “há incapacidade de ação e a única resposta do Governo é atirar as culpas para cima dos agricultores e dos empresários da região”.

“As pessoas têm de se sentar à volta da mesa e arranjar uma solução integrada, com uma planta, que consiga fazer uma gestão territorial. Não é impossível, estamos no maior concelho do país, há lugar para todos, para a agricultura e turismo e há lugar para termos uma costa vicentina ambientalmente sustentável”, reforçou.

Filipa Roseta criticou ainda o presidente da Câmara de Odemira por “não ter feito a Estratégia Local de Habitação” quando “quase todos os concelhos do país já concluíram” este dossier.

“Um presidente da Câmara que nem sequer fez o diagnóstico da situação habitacional, que o Estado até tem financiamento para pagar às câmaras, não tem o direito de lançar suspeitas sobre toda a gente, menos ele próprio que não fez nada desde o princípio até agora”, acrescentou.

Para a deputada, “os poderes políticos instalados não souberam fazer a gestão deste crescimento populacional”, por isso propõe “o reforço dos serviços públicos” e a criação de “um plano urbanístico”.

“Deviam ter reforçado os serviços públicos, a saúde, escolas, finanças, e aí é falha completa do Governo, e deviam ter feito um plano urbanístico para ver como é que esta população ia voltar a crescer para valores que já tinha tido”, argumentou.

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