Num requerimento dirigido à ministra da Saúde, os deputados do PSD Ricardo Baptista Leite, Carlos Silva e Cristóvão Norte salientam que “há meses que o país está confrontado com graves alertas a respeito das condições de funcionamento do Hospital Amadora/Sintra”, considerando que os constrangimentos esta semana na rede de fornecimento de oxigénio medicinal foram o “expoente máximo”.
“Tendo havido na semana passada referências a necessidades de maior pressão na rede de oxigénio medicinal, porque não foram tomadas medidas de prevenção às debilidades deste sistema, nomeadamente aumento dos volumes de necessidades adicionais?”, perguntam.
Os deputados sociais-democratas questionam ainda o Governo porque motivo se continuaram a aceitar internamentos de mais doentes, “sabendo que o hospital se encontrava já a 400% das suas capacidades”.
“Não tinham conhecimento antecipado que a sobrecarga da rede de oxigénio poderia causar constrangimentos ao funcionamento regular do hospital?”, acrescentam.
O PSD refere ainda que, na semana passada, a administração do hospital Fernando da Fonseca (conhecido como Amadora/Sintra), informou que se encontrava instalada uma nova rede de oxigénio para reforçar a já existente.
“O que se passou? O sistema não foi testado antes de entrar em funcionamento? Existe parecer favorável da entidade fiscalizadora da instalação?”, questionam.
O PSD desafia ainda o Governo a esclarecer quando prevê “a resolução definitiva deste grave problema”, considerando que está a gerar “intranquilidade” nas populações dos concelhos de Amadora e Sintra.
O Hospital Fernando da Fonseca (Amadora-Sintra) transferiu, entre terça e quarta-feira, 102 pacientes para outras unidades hospitalares, na sua maioria doentes infetados com a covid-19, indicou a assessoria do hospital.
Segundo o Hospital Amadora-Sintra, os problemas registados na rede de oxigénio medicinal na terça-feira estiveram relacionados com dificuldades “em manter a pressão”, nunca tendo estado em causa “a disponibilidade de oxigénio ou o colapso da rede”.
Os constrangimentos obrigaram à transferência de doentes “com vista a garantir a diminuição do número de doentes internados a quem é necessário administrar oxigénio em alto débito”, ainda de acordo com a unidade hospitalar.
Na terça-feira estavam internados no Hospital Amadora-Sintra 363 ‘doentes covid-19’, tendo-se registado desde o início do ano um aumento de 400% de pacientes hospitalizados naquela unidade infetados com o novo coronavírus, com muitos deles a necessitarem “de oxigénio medicinal em alto débito”.
Em Portugal, já morreram 11.305 doentes com covid-19 e foram contabilizados até agora mais de 668 mil casos de infeção com o novo coronavírus, de acordo com a Direção Geral da Saúde (DGS).
Na quarta-feira, registou-se um novo máximo de 293 mortes em 24 horas.
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