"Face ao contexto em que decorrem as atividades letivas e perante o recente aumento de casos na Região Autónoma da Madeira, no rescaldo da quadra festiva, o SIPE considera que de nada serve testar apenas uma parte da comunidade educativa", refere em comunicado enviado à agência Lusa.

E reforça: "Para controlar eficazmente esta pandemia em ambiente escolar na Região Autónoma da Madeira tem de ser testada toda a comunidade, que na sua maioria é precisamente formada pelos alunos".

Devido ao aumento de casos de infeção pelo novo coronavírus, o executivo madeirense definiu no domingo uma série de medidas restritivas, suspendendo em quatro concelhos (Funchal, Câmara de Lobos, Ribeira Brava e Porto Santo) o ensino presencial, até à testagem dos respetivos professores e do pessoal auxiliar.

Hoje, o presidente do governo, Miguel Albuquerque, explicou que, numa primeira fase, serão testados cerca de sete mil professores e funcionários, e depois, eventualmente, também os alunos, vincando que os encarregados de educação não se devem preocupar, porque "o local mais seguro para estar é nas escolas".

O Sindicato Independente de Professores e Educadores defende, contudo, que a testagem deveria ser alargada a toda comunidade escolar regional, nomeadamente aos cerca de 42 mil alunos.

"O SIPE recorda que a maioria dos alunos são assintomáticos e estão em contacto próximo com os colegas, além de que muitos deles, pela sua faixa etária, não fazem uso regular de máscara", refere no comunicado.

O sindicato reconhece que a testagem ao pessoal docente e não docente dos estabelecimentos de ensino da Região Autónoma da Madeira é de "extrema importância" para reduzir o risco de contágio, mas sublinha que o processo deveria abranger todas as escolas da região e não apenas as dos quatro concelhos de maior risco.

De acordo com os dados mais recentes, o arquipélago da Madeira, com cerca de 267 mil habitantes, regista 876 infeções ativas, num total de 2.110 casos confirmados desde 16 de março de 2020, e 16 óbitos.