Estas sugestões vão constar de um ofício que o sindicato vai enviar hoje à Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), depois deste organismo ter suspendido, a partir de hoje, as visitas aos fins de semana nas prisões do país, devendo estas ter lugar em dias úteis e limitadas a um máximo de dois visitantes por recluso devido ao Covid-19.

Em declarações à Lusa, o presidente do sindicato, Jorge Alves, manifestou-se contra esta medida da DGRSP, mas para mitigar a situação decidiu propor uma série de medidas.

A existência de máscaras nos estabelecimentos prisionais para serem distribuídas às visitas, suspensão das visitas íntimas e das deslocações aos ginásios por parte dos reclusos são algumas das medidas que o sindicato vai propor, disse Jorge Alves.

O sindicalista afirmou também que no domingo se gerou a confusão entre os reclusos do estabelecimento prisional junto à Polícia Judiciária no Porto, tendo um guarda prisional ficado ferido e recebido tratamento hospital.

Esta confusão esteve relacionada com a suspensão das visitas em todas prisões da região Norte anunciada no sábado pela ministra da Saúde, Marta Temido.

Jorge Alves referiu que este anúncio foi feito sem o conhecimento do diretor-geral das prisões e quando os reclusos já estavam fechados nas celas no sábado à noite, causando a indignação no domingo.

O sindicalista sublinhou que, no domingo, os reclusos dos estabelecimentos prisionais de Chaves, Vila Real, Bragança e Izeda, que são na região Norte, receberam visitas no domingo, enquanto nos restantes estiveram suspensas.

Outro exemplo de “má organização”, citado por Jorge Alves, foi que em Custóias os reclusos receberam encomendas e nas outras prisões do Norte não foi possível entregar qualquer saco.

Jorge Alves disse ainda que os guardas prisionais não têm ao dispor qualquer equipamento de proteção, existindo apenas nas zonas prisionais as informações sobre o Covd-19 da Direção-Geral da Saúde.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou mais de 3.800 mortos.

Covid-19 em Portugal

No total, Portugal registou até ao final de domingo 30 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus — sendo que na manhã desta segunda-feira se registou um segundo caso no Algarve, que já levou ao encerramento de uma escola, mas que ainda não foi confirmado oficialmente pela Direção-Geral de Saúde.

Estão sob vigilância das autoridades de saúde 447 pessoas por contactos com infetados.

Todos os pacientes com o novo coronavírus estão hospitalizados.

A epidemia de Covid-19 foi detetada em dezembro, na China, e já provocou cerca de 3.800 mortos entre mais de 109 mil pessoas infetadas numa centena de países e territórios.

Das pessoas infetadas, cerca de 60 mil já recuperaram.

A ministra da Saúde, Marta Temido, e a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, anunciaram, no sábado, 7 de março, numa conferência de imprensa conjunta, que as visitas a hospitais, lares e estabelecimentos prisionais da região Norte foram suspensas temporariamente devido à epidemia Covid-19 e recomendaram o adiamento de eventos sociais.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, iniciou no domingo um período de isolamento de duas semanas em casa, depois de ter estado com alunos de uma escola de Felgueiras onde foi detetado um caso de infeção.

Apesar de não ter sintomas da doença, Marcelo Rebelo de Sousa, 71 anos, vai fazer hoje um teste ao Covid-19.

Em Portugal, quem suspeitar estar infetado ou tiver sintomas - que incluem febre, dores no corpo e cansaço - deve contactar a linha SNS24 através do número 808 24 24 24 para ser direcionado pelos profissionais de saúdeNão se dirija aos serviços de urgência, pede a Direção-geral de Saúde.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) lançou um microsite sobre o novo coronavírus (Covid-19), onde os portugueses podem acompanhar a evolução da infeção em Portugal e no mundo e esclarecer dúvidas sobre a doença.