“Foi com surpresa que recebemos a informação sobre essa alegada decisão”, afirmou João Fernandes, em declarações à Lusa, frisando que a informação de que a prova não terá público, avançada hoje no semanário Expresso, “ainda não é oficial e não foi confirmada” pelas autoridades.
Segundo aquele responsável, o Turismo do Algarve “está a trabalhar com a Direção-Geral de Saúde”, e com outras instituições, e “vai continuar a fazê-lo” para que a presença de espetadores possa ser uma realidade no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão.
Segundo noticia hoje o jornal Expresso, uma fonte do Governo deu conta de que “até ao fim deste período de desconfinamento”, eventos como os jogos finais da I Liga de futebol e o Grande Prémio de Fórmula 1 “não terão público”, ao contrário do que aconteceu no ano passado, no caso da Fórmula 1.
João Fernandes deu o exemplo de provas que se vão realizar a par da etapa portuguesa do Mundial de Fórmula 1 - que decorre entre 30 de abril e 02 de maio, no Algarve -, em países como Espanha e Itália, que têm prevista a presença de público e estão com “situações epidemiológicas piores” que as portuguesas.
Referindo-se ao Grande Prémio de São Marino de Fórmula 1, em Imola, Itália, que antecede a ronda portuguesa e se realiza em 18 de abril, e ao Grande Prémio de Espanha, em Barcelona, em 09 de maio, notou que as autoridades daqueles países estão a “prever cenários menos gravosos” do que aquele que está a ser trabalhado para garantir público na pista portuguesa.
“O cenário no qual estamos a trabalhar é mais limitativo, mas Portugal tem uma situação epidemiológica melhor que aquela que se verifica nestes dois locais e o Algarve tem uma situação ainda melhor que o resto do país”, argumentou.
O presidente do Turismo do Algarve garantiu que o organismo “vai continuar a trabalhar” para as provas poderem ter presença de público e vai aguardar pela decisão oficial das autoridades portuguesas, em data ainda por definir.
Num comunicado conjunto com a Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL)e três associações algarvias, o Turismo do Algarve refere não ter recebido “qualquer comunicação oficial do Governo quanto a uma decisão sobre a presença de público" no Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1 (F1).
De acordo com a nota, desde “há meses a esta parte” que o Algarve tem “vindo a trabalhar com a DGS [Direção-Geral da Saúde], a Autoridade de Saúde Regional e as forças de segurança e da Proteção Civil” para “garantir que o Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1 se realiza com todas as condições de segurança para residentes e visitantes”.
“O evento está a ser organizado com as medidas mais restritivas de todo o circuito da F1, nomeadamente as mesmas exigências que são impostas aos passageiros para as viagens de avião: é realizado ao ar livre e num perímetro de mais de 5 quilómetros de extensão onde serão aplicadas fortes reduções de capacidade”, lê-se no comunicado.
Além do Turismo do Algarve e da AMAL, o documento é assinado pela Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), pela Associação dos Industriais Hoteleiros e Similares do Algarve (AHISA) e pela Associação Empresarial da Região do Algarve (NERA).
Está ainda prevista a “obrigatoriedade de realização prévia de testes para todos os espetadores, obrigatoriedade permanente do uso de máscara e imposição de distanciamento social, além de equipas em sistema de bolha, vigilância permanente e disponibilização de álcool gel” para garantir a segurança das provas em Portugal, prossegue a nota.
Os signatários destacaram também a importância “estratégica” dos eventos “para o arranque da economia de uma região que está em concorrência direta com destinos turísticos mediterrânicos e que tem sido a mais assolada pelo desemprego e, simultaneamente, a que melhor tem prevenido e controlado a pandemia de forma consistente, em território continental”.
Em 25 de outubro 2020, o Grande Prémio de Portugal de Fórmula 1, disputado pela primeira vez no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, contou com uma lotação máxima de 27.500 espetadores, menos de um terço da capacidade do recinto.
Nessa altura, o Mundial de Fórmula 1 regressou a Portugal 24 anos depois das últimas edições, disputadas nos circuitos da Boavista (1958 e 1960) e de Monsanto (1959) e no autódromo do Estoril (1984-1996), na sequência da reorganização do Mundial devido à pandemia provocada pelo novo coronavírus.
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