“Fundamentalmente, vamos ficar com uma caracterização imunológica bem definida desta população e ter a oportunidade de ir seguindo ao longo do tempo, de forma, a termos uma imagem muito precisa de como evolui a imunidade. Assim, ficamos com o nosso próprio retrato que é uma coisa extremamente importante”, sublinhou António de Sousa Pereira.
Em declarações à Lusa, o reitor da Universidade do Porto (UP) afirmou que durante os próximos 15 dias, vão avaliar vários testes serológicos, por forma a escolher um, cuja “confiança seja elevada”.
“Vão ser estudados numa primeira fase, vamos testar num grupo de doentes comprovadamente com covid-19 e comparar com sangues que temos armazenados com cinco anos de idade de pessoas que nunca tiveram covid-19 para tentar perceber a fiabilidade do teste”, explicou.
Depois da validação, os testes serológicos vão estar disponíveis, de forma gratuita, para todos os docentes, pessoal não docente e estudantes que necessitem de retomar as atividades presenciais nas instalações da UP.
“Só os estudantes que tem necessidades comprovadas, como trabalhos práticos, laboratoriais ou estágios é que poderão fazer os testes, os que estão em casa, nesta fase, ficam foram deste trabalho”, referiu, acrescentando, no entanto, que, entre funcionários e professores, os testes vão abranger “mais de quatro mil pessoas”.
Nesse sentido, vai ser elaborado, em colaboração com o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), um calendário que, previamente, vai determinar os dias em que a comunidade académica pode fazer o teste serológico na sua unidade orgânica.
“Tendo em conta os números de infeção em Portugal, não é espetável encontrarmos muita gente com imunidade ao vírus, mas veremos”, concluiu o reitor.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 179 mil mortos e infetou mais de 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Portugal regista 785 mortos associados à covid-19 em 21.982 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
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