A informação foi divulgada ao final da tarde na rede social Twitter pela presidência eslovena do Conselho da UE, que informa que o grupo de Resposta do Conselho a situações de crise (IPCR), juntando Estados-membros, instituições europeias e especialistas, se reuniu e “concordou com a necessidade de ativar o mecanismo travão de emergência e impor restrições temporárias a todas as viagens para a UE a partir da África Austral”.

“A presidência eslovena apelou aos Estados-membros para testarem e colocarem em quarentena todos os passageiros que chegam”, acrescenta na mesma informação, tendo em conta que a decisão sobre viagens recai sempre sobre cada país.

Por seu lado, o porta-voz da Comissão Europeia, Eric Mamer, indicou através do Twitter que “os Estados-membros concordaram em introduzir rapidamente restrições a todas as viagens à UE de sete países da região da África Austral”, precisando tratar-se de Botsuana, Eswatini, Lesoto, Moçambique, Namíbia, África do Sul e Zimbabué.

“Testes, quarentena e rastreio de contactos para os passageiros que entram na UE são importantes”, adiantou Eric Mamer.

Fonte europeia ligada ao processo confirmou à agência Lusa estar em causa “uma suspensão urgente de todas as viagens áereas para a UE” destes sete países.

De acordo com a mesma fonte, os participantes nesta reunião do IPCR “concordaram com a necessidade de os Estados-membros ativarem o travão de emergência”, em conformidade com o mecanismo acordado pelo Conselho e como foi proposto esta manhã pela Comissão.

Este travão de emergência, implementado na UE devido à pandemia de covid-19, visa fazer face a situações preocupantes, como novas variantes, permitindo aos Estados-membros o endurecimento de medidas para travar a progressão do coronavírus SARS-CoV-2.

Esta manhã, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, propôs a ativação do mecanismo travão para suspender voos da África Austral com destino à UE, devido ao aparecimento desta nova variante do SARS-CoV-2.

Já durante a tarde, a líder do executivo comunitário insistiu que “todas as viagens de avião para estes países devem ser suspensas” a partir daquela região “e de outros países afetados”.

Vincando que a UE está a “levar muito a sério” a nova variante identificada inicialmente na África do Sul, Ursula von der Leyen exortou à ação “rápida e unida” dos Estados-membros.

Esta nova variante do coronavírus foi detetada na África do Sul, o país africano oficialmente mais afetado pela pandemia e que está a sofrer um novo aumento de infeções, anunciaram na quinta-feira cientistas sul-africanos.

A variante identificada até ao momento como B.1.1.529 tem um número “extremamente elevado” de mutações, de acordo com aqueles cientistas.

A covid-19 provocou pelo menos 5.180.276 mortes em todo o mundo, entre mais de 259,46 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.393 pessoas e foram contabilizados 1.136.446 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

(Notícia atualizada às 18h13)