Estes utentes foram transferidos para o Hospital Militar não por estarem infetados, mas por serem dependentes e o lar não ter recursos humanos para lhes poder prestar os melhores cuidados de saúde.
Contudo, à chegada, a unidade hospitalar repetiu os testes, tendo 19 deles dado positivo.
Numa informação enviada à Lusa, a autarquia explicou que estes utentes foram testados a 10 e 11 de maio na instituição, por um laboratório certificado e num processo acompanhado pela Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM).
Os resultados foram conhecidos a 12 de maio e deram negativo à covid-19.
"Não compete à Câmara Municipal de Matosinhos fazer considerações sobre as razões que possam explicar como estes utentes que estavam negativos passaram a positivos", adiantou.
O município continuará a atuar em "estreita cooperação" com as autoridades de saúde pública, referiu.
No domingo, dia em que o Lar do Comércio começou a ser descontaminado, o major Milton Pais disse à Lusa que os utentes iam todos voltar a ser testados à covid-19 antes de regressarem às suas instalações.
Depois de concluído o processo de descontaminação e antes de voltarem a ocupar os seus quartos, os idosos vão ter de voltar a ser submetidos a novos testes, mesmo que numa primeira fase tenham dado negativo, explicou.
Na passada quinta-feira, 59 dos cerca de 160 utentes do lar, que já regista 21 mortes por covid-19, foram transferidos.
Destes 59, 48 dependentes e com testes negativos à covid-19, foram levados para o Centro de Neurointervenção da Cruz Vermelha, em Vila Nova de Gaia, e para o Hospital Militar do Porto.
Os outros 11 utentes, infetados pelo novo coronavírus, foram para o Centro de Apoio Comunitário de Matosinhos até recuperarem.
A opção visou não só por transferir os utentes infetados, mas também os dependentes, porque os recursos humanos do Lar do Comércio são insuficientes para prestar os cuidados de saúde adequados.
Já na sexta-feira, a presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Luísa Salgueiro, considerou a atuação da direção do Lar do Comércio negligente, adiantando que vai participar ao Ministério Público (MP) as situações que chegaram ao conhecimento da autarquia.
O MP instaurou um inquérito à atuação do lar, revelou a Procuradoria-Geral da República (PGR).
Em resposta à Lusa, a PGR confirma que "foi instaurado um inquérito" que corre "termos no DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal] do Porto".
Portugal contabiliza 1.247 mortos associados à covid-19 em 29.432 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.
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