A partir de quarta-feira, 01 de junho, os residentes que vivem em zonas sem casos de covid-19 poderão abandonar as suas casas, num dia em que as empresas e os transportes públicos também voltarão a funcionar.

De acordo com a agência noticiosa estatal Xinhua, citada pela agência espanhola EFE, a cidade do leste da China irá flexibilizar as restrições à entrada ou saída de edifícios residenciais, bem como ao tráfego rodoviário.

“Ninguém deve impor restrições aos residentes que entram ou saem de complexos residenciais, exceto os que se encontram em áreas de médio e alto risco ou áreas sujeitas a uma liberdade de circulação limitada”, segundo um comunicado das autoridades locais de prevenção e controlo da covid-19.

De acordo com as autoridades, Xangai irá geralmente retomar os serviços de transportes públicos e táxis, e será permitida a circulação de automóveis particulares nas estradas, exceto nas áreas de médio e alto risco.

O governo de Xangai já tinha anunciado um regresso gradual à normalidade a partir de quarta-feira, num processo que deverá estar concluído até ao final de junho.

Nos últimos dias, muitas áreas que tinham estado confinadas durante meses começaram a recuperar a liberdade total ou parcial, embora a grande maioria das lojas ainda estivesse fechada.

No domingo, o governo municipal alargou de 48 para 72 horas o tempo máximo desde o último teste PCR com resultado negativo para utilizar transportes públicos ou aceder a outros locais, como os supermercados.

O rigoroso confinamento imposto à população de Xangai motivou protestos de muitos residentes devido a dificuldades no acesso a alimentos, perda de rendimentos e excesso de pessoas em centros de quarentena.

As autoridades municipais também anunciaram hoje um plano de 50 medidas para revitalizar a economia local após dois meses de estrita contenção face ao pior surto de covid-19 na cidade desde o início da pandemia.

De acordo com a imprensa oficial, as medidas reduzirão a carga financeira das empresas e outros intervenientes no mercado em cerca de 300.000 milhões de yuan (mais de 41.930 milhões de euros, ao câmbio atual).

Xangai registou 68 novas infeções de covid-19 no domingo, maioritariamente assintomáticas, muito longe do pico de quase 28.000 casos em meados de abril.

O ressurgimento da doença deveu-se à variante ómicron, altamente contagiosa, que pôs em causa em causa a estratégia “covid zero” com que a China enfrentou os surtos anteriores, através de confinamentos e testes em massa, além do encerramento quase total das fronteiras desde março de 2020.