A CP está a "estudar várias medidas para melhorar a circulação dos passageiros" durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), "incluindo o reforço e extensão dos horários dos serviços urbanos, assim como a realização de comboios especiais para grupos de peregrinos", disse fonte oficial da empresa ao SAPO24. Mas, quando faltam apenas 17 dias para o início da JMJ, nada está definido.

A companhia "tem trabalhado activamente no desenvolvimento de um plano de mobilidade integrado para a JMJ, em estreita colaboração com o grupo de projecto nomeado pelo Governo para este evento", criado há quase dois anos por resolução do Conselho de Ministros de 28 de Julho de 2021.

A CP "reconhece as dificuldades durante os períodos de maior afluência de passageiros" e garante que "tem vindo a implementar medidas para melhorar a situação". Por exemplo, "aumentámos o número de colaboradores nas bilheteiras".

A empresa adianta ainda que está a "avaliar outras soluções, tais como a modernização dos sistemas de venda de bilhetes e a melhoria da informação aos passageiros". No entanto, só muito dificilmente estas "soluções em avaliação" estarão disponíveis a tempo da JMJ, que terá lugar entre os dias um e seis de Agosto em Lisboa.

A CP garante que está "empenhada em assegurar um serviço de alta qualidade durante este importante evento". No entanto, todos os dias há notícias da supressão de comboios e outras perturbações no funcionamento dos comboios em Portugal. 

Greve de 6 de agosto mantém-se

Ainda ontem o Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante (SFRCI) veio anunciar que a greve convocada até dia seis de Agosto se mantém e que a proposta apresentada pela CP teve o sim do sindicado dos revisores, mas terá agora de ser aprovada pelo Governo. Como afirmou o presidente do sindicato, Luís Bravo, enquanto nada estiver no papel, tudo continuará como dantes.

A manter-se a greve, não só não haverá "reforço e extensão dos horários" ou "comboios especiais para grupos de peregrinos", como haverá menos comboios dos que o habitual. 

É pouco crível que as cerca de milhão de pessoas inscritas na JMJ fiquem paradas no mesmo sítio e não queiram aproveitar para conhecer um pouco mais da Área Metropolitana de Lisboa. Por exemplo, a linha do Estoril, ao longo da qual ficarão também hospedados diversos grupos de peregrinos através de protocolos estabelecidos com as paróquias locais. E basta ver as filas diárias de turistas para comprar bilhete na estação do Cais do Sodré para imaginar o que aí vem se, entretanto, não forem encontradas alternativas de transporte.

No ano passado a CP transportou mais de 148 milhões de passageiros, contra 126,3 milhões em 2018. Só na linha de Cascais foram transportados 30,614 milhões.