Ainda assim, de acordo com os mesmos dados, foram realizados mais 24 comboios do que os previstos nos serviços mínimos.
O maior impacto da paralisação foi em Lisboa, onde dos 384 comboios programados se realizaram 96, e no Porto, com 40 composições a circular, de 163 previstas.
No caso do regional foram realizados 59 comboios de 228 e circularam oito composições de longo curso, de um total de 35 previstas.
Os trabalhadores da CP iniciaram este domingo uma greve nacional de três dias em protesto contra a proposta de regulamento de carreiras apresentada pela CP, que dizem prever “um aumento da polivalência de funções” e a “junção e extinção de categorias profissionais”, considerando que tal “vai pôr em causa postos de trabalho presentes e futuros”.
Reclamam ainda a “melhoria do salário base, que atualmente está no limiar do salário mínimo nacional”, e a “reposição das perdas salariais sofridas pelos ferroviários operacionais que foram contagiados pela pandemia provocada pela covid-19, bem como pelos que tiveram de cumprir confinamento profilático por estarem em contacto com colegas infetados”.
A CP alertou que domingo, segunda e terça-feira – os três dias da greve convocada pelo SFRCI (Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante), em protesto contra a proposta de regulamento de carreiras e reclamando aumentos salariais e o cumprimento do acordo de empresa – “podem ocorrer fortes perturbações na circulação de comboios a nível nacional”.
O SFRCI acusa a CP de “violação do acordo de empresa em vigor” e exige a “aplicação do acordo assinado com o Ministério das Infraestruturas em 2018, relativo à certificação do agente de acompanhamento”.
A “manutenção dos níveis segurança ferroviária” é outra das reivindicações feitas, com o sindicato a considerar que estes “estão a ser colocados em causa pela CP e pelas alterações impostas pelo IMT [Instituto da Mobilidade e dos Transportes] aos regulamentos gerais de segurança, cujo objetivo é servir as empresas privadas que reduzem postos de trabalho e custos com segurança ferroviária”.
Finalmente, a greve visa condenar o “abuso do poder disciplinar” que os trabalhadores dizem vigorar na CP.
De acordo com o dirigente do SFRCI António Lemos, são abrangidos pelo pré-aviso de greve “800 a 1.000 trabalhadores” das carreiras comercial e de transportes da CP.
A CP já anunciou que quem já tiver bilhetes para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional, poderá solicitar o reembolso do valor total do bilhete adquirido ou a sua revalidação, sem custos.
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