“A República da Guiné Equatorial considera que a CPLP deve abrir as suas portas para outros povos, de diferentes culturas, que o desejem, porque a cooperação entre Estados é um património da Humanidade para promover o bem-estar de todos os homens”, afirmou Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, num discurso durante a sessão restrita, reservada aos chefes de Estado e de Governo, reunidos hoje na 14.ª cimeira da comunidade lusófona, em São Tomé.

O chefe de Estado da Guiné Equatorial - o membro mais jovem da organização, a que aderiu há nove anos - afirmou que o seu país “sempre será grato pela sua admissão como membro de pleno direito da CPLP”.

“Reafirmamos o nosso compromisso de cumprir com os seus requisitos estatutários, com o apoio e cooperação do secretariado-executivo e de todos os Estados-membros”, disse Teodoro Obiang, no poder desde 1979.

A Guiné Equatorial, uma antiga colónia espanhola, aderiu à CPLP na cimeira de Díli, mediante um roteiro de adesão que previa, entre outras iniciativas, a promoção do português e a abolição da pena de morte, que foi aprovada em setembro do ano passado, mas ainda não transposta para a Constituição do país.

Sobre o tema da cimeira – “Juventude e Sustentabilidade” -, o Presidente equato-guineense destacou a sua “oportunidade, tendo em conta a natureza da juventude como património geracional que assegurará a durabilidade das nossas nações”.

“A sua energia e habilidade tecnológica tornam-nos agentes de mudança face às crises que possam surgir num mundo cada vez mais mutável e interdependente”, disse, antes de defender que a organização lusófona deve “regressar aos conceitos de cooperação política, económica e cultural, na qual a juventude com conhecimentos e valores inovadores dá soluções de interesse”.

Os jovens, disse, podem “desempenhar um papel importante no futuro desenvolvimento dos nossos países”.

Obiang felicitou o seu homólogo são-tomense, Carlos Vila Nova, que hoje assume a presidência da organização para os próximos dois anos, garantindo-lhe “o apoio e cooperação” da Guiné Equatorial.

Na sua intervenção, de cerca de cinco minutos, o Presidente equato-guineense não se referiu à disponibilidade do seu país para assumir a próxima presidência da CPLP, o que ainda não aconteceu desde que o país entrou para a organização.

Na sexta-feira passada, em entrevista à Lusa, o chefe da diplomacia da Guiné Equatorial disse que o país já concluiu o seu processo de integração e está pronto para suceder a São Tomé e Príncipe na liderança da comunidade lusófona.

A CPLP, que integra Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste, realiza hoje a 14.ª conferência de chefes de Estado e de Governo, em São Tomé e Príncipe, sob o lema "Juventude e Sustentabilidade".