“Este programa de estabilidade, na nossa perspetiva, mais uma vez padece dos vícios que vinham de trás”, afirmou Assunção Cristas, acusando Governo de ver “que a economia está a desacelerar” e de não ter “nenhuma estratégia para recuperar e para a lançar num crescimento duradouro e sustentado”.
Uma “preocupação” que o CDS volta a sinalizar levando, na quarta-feira, “o Programa de Estabilidade a votos e apresentando um alternativo”, como tem sido prática do partido ao longo dos anos.
No documento, o CDS proporá políticas alternativas, na área fiscal, como “uma baixa de impostos”, entre os quais uma redução de “17% para o IRC” ou “a eliminação da sobretaxa sobre os combustíveis”.
Mas, acrescentou Cristas, defenderá igualmente “um bom aproveitamento dos fundos comunitários”. A líder centrista acusou o Governo socialista de ter “a pior execução de sempre dos fundos europeus”, quando essa deveria ser, no entender do CDS, “uma estratégia refletida no plano de estabilidade” visando o crescimento sustentado da economia em áreas como “a agricultura, o mar, a formação profissional ou o ambiente”.
No programa alternativo, o CDS aprontará ainda como prioridades a valorização do “setor alimentar e do mundo rural”, ou “os investimentos relacionados com a água” para que Portugal possa ter “um território resiliente e adaptado às alterações climáticas”.
Cristas defendeu ainda a discussão e votação do Programa de Estabilidade como “uma prática clarificadora importante” para se perceber que “os partidos das esquerdas muitas vezes querem fazer oposição ao Governo, mas na verdade, nos documentos estruturantes, como o pacto de estabilidade ou o Orçamento do Estado votam todos em conjunto”.
O Governo apresentou em 15 de abril o Programa de Estabilidade 2019-2023, o último da atual legislatura, no qual reviu em baixa o crescimento económico para este ano.
A líder do CDS falava em Torres Novas, à margem de uma visita à organização de produtores Agromais, responsável pelo projeto “restolho”, em que Assunção Cistas participou hoje numa ação de apanha de hortícolas para serem entregues ao Banco Alimentar de Abrantes.
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